O médico Luiz Antonio Garnica, de 38 anos, foi preso temporariamente nesta terça-feira (6) em Ribeirão Preto (SP), suspeito de envolvimento na morte da esposa, Larissa Rodrigues, ocorrida em março deste ano. A mãe dele, Elizabete Arrabaça, também foi detida, acusada de participação no crime.
De acordo com a Polícia Civil, exames toxicológicos confirmaram a presença de chumbinho, substância altamente tóxica, no organismo da vítima. A investigação aponta que o envenenamento pode ter ocorrido de forma progressiva, ao longo de vários dias.
“Uma testemunha relatou que a sogra procurava por chumbinho cerca de 15 dias antes da morte. Com esse depoimento, temos indícios claros de que mãe e filho atuaram juntos na morte de Larissa”, afirmou o delegado Fernando Bravo, responsável pelo caso.
Larissa, de 37 anos, era professora e trabalhava também em uma academia. Segundo a polícia, ela havia descoberto uma traição do marido e confidenciado o abalo emocional a pessoas próximas.
O comportamento do médico no momento em que o corpo da esposa foi encontrado também chamou a atenção das autoridades.
“Quando chegamos ao apartamento, Larissa já apresentava rigidez cadavérica. O médico tentava limpar a cena, o que nos levantou suspeitas imediatas de tentativa de ocultar provas”, relatou o delegado.
Inicialmente registrada como morte suspeita, a ocorrência evoluiu após o laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontar sinais de intoxicação, como alterações pulmonares, cardíacas e presença de espuma na boca — indicativos compatíveis com envenenamento.
A polícia apura ainda como a sogra teria conseguido o chumbinho. Segundo a investigação, Elizabete tentou adquirir o veneno por meio de uma amiga fazendeira, que se recusou a fornecer o produto.
“Há relatos de que Larissa sentia mal-estar sempre que a sogra saía de casa. Diarreias, tonturas e outros sintomas já eram sinais do processo de intoxicação”, explicou Bravo.
A amante de Luiz Antonio Garnica também é investigada. O celular dela, além dos telefones do médico e da mãe, foram apreendidos. Segundo a polícia, ela foi localizada recentemente no apartamento onde Larissa vivia com o marido, o que reforça a suspeita de que Garnica tentava construir um álibi.
“Na véspera do crime, ele foi ao cinema com a amante. Isso reforça a tese de premeditação”, disse Bravo.
Mãe e filho devem passar por audiência de custódia nesta quarta-feira (7). A defesa do médico afirma que ainda não teve acesso aos autos, mas sustenta sua inocência. O advogado de Elizabete preferiu não se manifestar por enquanto.