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Governo cria novas vagas em residências médicas para enfrentar desigualdades no SUS

O lançamento do edital responde a dados do estudo Demografia Médica 2025, que escancarou a concentração de especialistas na região Sudeste

Fonte: Da redação

O Ministério da Saúde abriu na terça-feira (13) um edital para apoiar tecnicamente a criação de novos programas de residência médica e multiprofissional em saúde. A meta é clara: formar mais especialistas em áreas críticas para o SUS e reduzir o desequilíbrio na distribuição de profissionais pelo país.

As especialidades priorizadas incluem Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria, Medicina Intensiva Pediátrica, Radioterapia, Cirurgia Oncológica, Cardiologia, Neonatologia, Oftalmologia, entre outras ligadas à saúde pública.

A residência médica é considerada o caminho mais qualificado para a formação de especialistas. Por isso, o governo trata o incentivo à criação desses programas como estratégico para fortalecer a rede pública e melhorar o acesso à saúde em regiões com menos cobertura.

Entre 2023 e 2024, o Ministério da Saúde investiu quase R$ 3 bilhões na formação de residentes médicos e multiprofissionais. Agora, com o novo edital, o foco é ampliar a oferta de vagas, principalmente em locais onde há carência de especialistas.

As inscrições vão de 19 a 30 de maio e podem ser feitas por instituições públicas ou privadas interessadas em abrir novos programas. Terão prioridade aquelas que:

  • possuem estrutura adequada e integração com o SUS local;
  • estão em municípios com alta vulnerabilidade social;
  • têm baixa densidade de especialistas por habitante;
  • ainda não oferecem nenhum programa de residência.

O apoio previsto não será financeiro, mas técnico: o Ministério vai ajudar na elaboração dos projetos pedagógicos e no processo de credenciamento dos programas.

Para Alexandre Holthausen, diretor-superintendente de Ensino do Hospital Albert Einstein, muitas instituições têm potencial para abrir residências, mas não sabem por onde começar. Segundo ele, falta orientação técnica e apoio institucional para transformar essa capacidade em ação.

No entanto, ele alerta que abrir programas em cidades muito pequenas e com pouca estrutura pode não ser viável. A formação médica exige diversidade de casos, bons equipamentos e profissionais experientes para ensinar. Além disso, fixar médicos em regiões remotas exige incentivos reais — tanto financeiros quanto de infraestrutura — que vão além da simples abertura de vagas.

O lançamento do edital responde a dados do estudo Demografia Médica 2025, que escancarou a concentração de especialistas na região Sudeste (55,4%), enquanto Norte, Centro-Oeste e Nordeste seguem com cobertura muito inferior.

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