Em tempos de tantas desconexões e ruídos nas relações, nunca foi tão necessário olhar com carinho e seriedade para a família, esse lugar sagrado onde somos formados, moldados e amados. Nesta semana dedicada à valorização da família, convido você a uma reflexão sincera: como anda sua relação com aqueles que vivem sob o mesmo teto? Que tipo de atmosfera temos construído em nossos lares? A Palavra de Deus nos oferece um princípio profundo e atual em Colossenses capítulo 3 e versículo 21: “Pais, não irritem seus filhos, para que eles não fiquem desanimados.”
Esse versículo traz uma advertência amorosa aos pais, sobre a maneira como devemos tratar os filhos. No original grego, o termo “irritar” carrega o sentido de provocar sentimentos negativos como raiva, vergonha, medo e mágoa. A verdade é que muitos filhos estão adoecendo emocionalmente por causa de palavras duras, gestos indiferentes ou falta de afirmação dentro do ambiente que deveria ser seu abrigo: o lar.
Uma criança desanimada fecha o coração, se cala, se esconde. Sente que nunca conseguirá agradar, começa a duvidar de si mesma, acredita que não é boa o suficiente. Assim, surgem as crenças limitantes, os pensamentos incapacitantes e a insegurança que, muitas vezes, se estendem até a vida adulta. A família, no plano de Deus, é um lugar de edificação, cuidado e amor mútuo. Não à toa, a Bíblia nos mostra que antes mesmo de criar a Igreja, o Senhor estabeleceu a família no Éden. Foi no seio familiar que Ele escolheu iniciar Seu plano de redenção e multiplicação. Em Deuteronômio capítulo 6 e versículo 6, o Senhor orienta: Estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa.
Ou seja, o lar deve ser o primeiro ambiente de ensino, amor e direção espiritual. Mas como construir essa casa de cura e conexão? Começa com a presença. Filhos não precisam de pais perfeitos, mas de pais presentes. Precisam ser ouvidos, acolhidos, orientados com paciência e firmeza. E isso vale também para os cônjuges. Uma família saudável se constrói com vínculos fortes, palavras de bênção, toque de carinho, e orações sinceras. Lembro-me todos os dias da influência do meu pai. Ele foi um abençoador em minha vida. Suas palavras me encorajavam, sua fé me guiava, e sua postura me ensinava. Seu exemplo ainda me inspira. Como está escrito emProvérbios, capítulo 10 e versículo 7: A memória do justo é abençoada. Só em recordar sua vida, meu coração se enche de força, paz e gratidão.
Hoje, mais do que nunca, o mundo precisa de famílias restauradas. Famílias onde haja verdade, perdão, respeito e diálogo. Lares que acolham, que curem feridas, que devolvam identidade. Famílias que sejam faróis na sociedade, e não campos de batalha. E para isso, todos: pais, mães, filhos e avós precisam estar dispostos a olhar para dentro de si e mudar o que for necessário. Aproveite esse mês para refletir com sinceridade: há algo em minha forma de agir que tem ferido quem está ao meu lado? Tenho sido um canal de bênção ou de opressão? Tenho construído pontes ou levantado muros?
Família é um projeto de Deus. E onde Deus habita, há possibilidade de recomeço. Onde há amor, há espaço para cura. Onde há fé, há esperança. Que nossos lares sejam não apenas casas, mas refúgios de cura, escolas de valores e celeiros de fé. Que sejamos intencionais em amar mais, escutar melhor, corrigir com ternura e abençoar com palavras de vida.