Publicidade
Carregando anúncio...

Nordeste reassume segunda posição no consumo do país

Setores como gás natural, petróleo, energia limpa e o novo PAC devem puxar esse avanço nos próximos anos

Fonte: Da redação

Após dois anos, o Nordeste deve ultrapassar o Sul e retomar em 2025 o posto de segunda região com maior participação no consumo das famílias brasileiras, atrás apenas do Sudeste. Segundo levantamento da IPC Maps, os estados nordestinos devem movimentar R$ 1,515 trilhão neste ano, o equivalente a 18,59% do consumo nacional — superando os 18,51% previstos para Sul.

A troca de posições reflete uma combinação de fatores. De um lado, os prejuízos causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul impactaram a atividade econômica local. De outro, o Nordeste vem colhendo resultados de políticas de transferência de renda, aumento real do salário mínimo, investimentos bilionários em energia renovável e forte retomada do turismo.

Desde 2008, o Nordeste já havia superado o Sul no ranking de consumo, mas perdeu essa colocação durante a pandemia. Agora, com a reativação do fluxo turístico e a valorização do dólar, que tornou o Brasil mais atrativo para estrangeiros, a região voltou a crescer.

Nos quatro primeiros meses de 2025, os aeroportos internacionais do Nordeste receberam cerca de 159 mil visitantes estrangeiros, superando os 105 mil do mesmo período em 2024. O turismo responde por parte significativa da atividade econômica na maioria das capitais nordestinas e sustenta empregos formais e informais em larga escala.

Ao lado do turismo, programas sociais como o Bolsa Família continuam desempenhando papel decisivo. Estima-se que 10 milhões de famílias nordestinas sejam atendidas mensalmente, com repasses de R$ 6,4 bilhões. A antecipação do 13º salário para aposentados e pensionistas do INSS deve adicionar R$ 15,7 bilhões à economia local.

A renda também cresceu. Em 2024, o rendimento do trabalho na região aumentou 10,3%, superando a média nacional. A taxa de desemprego caiu de 11,2% para 9,4%, a menor em uma década.

O Nordeste também se destaca nos setores de energia e infraestrutura. A região abriga 73 dos 76 parques eólicos instalados no país, somando investimentos de R$ 10 bilhões só em 2024. Entre 2015 e 2024, os aportes em energia eólica na região somaram mais de R$ 230 bilhões. Segundo a Abeeólica, esse avanço ajudou a elevar em 20% o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) nas cidades que receberam os projetos.

Além disso, usinas solares continuam a atrair bilhões em investimentos. Quase 5 mil megawatts de capacidade estão em construção, movimentando a cadeia produtiva e contribuindo para a geração de empregos e renda.

Com cerca de 55 milhões de habitantes, o Nordeste deverá crescer 2,2% em 2025, acima da previsão de 1,9% para o PIB nacional, segundo a consultoria Tendências. Para o longo prazo (2027 a 2034), a expectativa é ainda mais positiva: projeção de crescimento anual de 3,2% no PIB da região, frente aos 2,3% estimados para o Brasil.

Setores como gás natural, petróleo, energia limpa e o novo PAC devem puxar esse avanço nos próximos anos, consolidando o Nordeste como um dos principais polos de consumo, investimento e desenvolvimento do país.

Fechar