A Polícia Federal investiga um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que causou prejuízos a aposentados e pensionistas, com descontos indevidos nos benefícios pagos pelo órgão. As apurações indicam a existência de uma rede estruturada para aplicar as fraudes, que pode ter contado com apoio político. Entre os nomes citados está o do senador Weverton Rocha (PDT-MA), que, embora ainda não seja formalmente investigado, deverá prestar depoimento nos próximos dias.
Por meio de nota, Rocha negou envolvimento no esquema de fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) descoberto pela Polícia Federal. Ele afirmou que “não conhece e nunca tratou com qualquer que seja tais associações investigadas” e reforçou que não é investigado. O parlamentar classificou como “levianas” as citações que mencionam seu nome.
O foco da investigação é Antônio Carlos, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como o principal articulador do esquema. Segundo a Polícia Federal, ele teria frequentado tanto o gabinete quanto a residência do senador. A assessoria de Weverton confirmou os encontros, mas alegou que Antônio Carlos se apresentou como representante do setor farmacêutico. O senador negou envolvimento e classificou as acusações como “levianas”.
A operação da PF, batizada de Sem Desconto, já resultou na apreensão de veículos de luxo e identificou pelo menos 15 pessoas com vínculos com o Congresso Nacional. Caso o nome de Weverton Rocha seja incluído formalmente na investigação, o processo será encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), por conta do foro privilegiado do parlamentar.
Outro alvo das apurações é a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), que possui contratos com o INSS desde os anos 1990. A entidade, que declarou apoio à campanha de Weverton Rocha, também está sendo investigada por supostos vínculos com o esquema.
A repercussão do caso aumentou a pressão por uma investigação mais ampla, com parlamentares e organizações da sociedade civil defendendo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar fraudes no INSS. O ministro Luiz Fux, do STF, solicitou esclarecimentos à Câmara dos Deputados sobre a possível instalação da CPI.
Em resposta às denúncias, a Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou que os aposentados e pensionistas afetados terão os valores indevidamente descontados ressarcidos. Segundo o presidente do INSS, Gilberto Waller, os pagamentos começam em julho e devem ser concluídos até o fim do ano. A medida busca reparar os danos sofridos por milhares de beneficiários que foram lesados pela atuação do grupo fraudador.