Uma mulher foi denunciada após, supostamente, aplicar o golpe do Pix em várias arenas esportivas da capital maranhense. Segundo as vítimas, ela, que era presidente do grupo intitulado “Vôlei das Quintas”, alugava as quadras e, em seguida, enviava comprovantes falsos de pagamentos.
O caso foi registrado no 9º Distrito Policial do São Francisco, até o momento, por três proprietários de estabelecimentos que detectaram a ação. Entretanto, há indícios de que outras arenas também tenham sido lesadas.
Os primeiros a registrarem o boletim de ocorrência foram os representantes da ODT Beach, no bairro do Olho d’Água. No local, o prejuízo contabilizado entre março de 2024 a abril deste ano, de acordo com o levantamento feito por eles, foi de R$ 13 mil.
“Nossa desconfiança começou quando ela fez uma compra no valor de R$ 80, na lanchonete de dentro da arena, e quando foi questionada a respeito do comprovante enviado sem o nome do pagador e com uma adulteração no horário de pagamento, ela prontamente fez o pagamento no cartão de débito e não questionou nada. Logo em seguida, ela fez a compra de um pacote de treino no nosso estúdio de funcional no valor de R$ 280 e nós não identificamos o valor na conta. Daí, quando fomos bater o nome da pessoa, que tinha feito o pagamento, coincidiu de ter sido a mesma que tinha feito a adulteração do comprovante lá no bar”, explicou a gerente da ODT Beach, Isabela Amorim.
Foi depois destas duas ocorrências que, segundo a gerente, foi puxado um relatório para verificar os pagamentos com relação à locação de quadras de areia e constatado o débito de R$ 13 mil.
“Ela foi chamada para conversar, fizemos a exposição de todos os comprovantes que ela tinha enviado, no caso eram só prints, e perguntamos onde estava o dinheiro e se tinha acontecido alguma coisa, porque os valores nunca chegavam até a nossa conta”, disse a gerente.
Ao ser confrontada, a mulher teria terceirizado o problema e dito que entraria em contato com três pessoas responsáveis pelo financeiro do grupo de vôlei. “Ela disse que ia fazer o desligamento deles, mas, que entraria, também, com uma ação judicial, visto que estava tudo no nome dela e seria responsabilizada”, destacou a gerente da ODT, pontuado, ainda, que a suspeita garantiu efetuar um valor de R$ 3 mil para sanar parte do prejuízo, fato que nunca se concretizou.
Já o empresário Mickson Guedes, sócio da Arena Premium, relatou à reportagem do Jornal Pequeno que só tomou conhecimento da situação quando recebeu a ligação do dono da ODT Beach. “Ao verificar os comprovantes enviados por ela, nós vimos que levamos o mesmo golpe, que ocorreu entre janeiro desse ano e o mês passado, chegando a mais de R$ 9,4 mil”, destacou.
POLÍCIA INVESTIGA A DENÚNCIA
Ao Jornal Pequeno, o delegado Paulo Roberto, titular do 9º Distrito Policial do São Francisco, informou que as denúncias ainda estão sendo investigadas.
“Ainda está em apuração. Até agora temos a versão das supostas vítimas. A suspeita já foi notificada a comparecer na delegacia. Depois disso, tomaremos uma decisão pelo indiciamento ou não”, explicou.
Conforme o delegado, caso seja comprovado o crime, ela pode responder por furto mediante fraude com agravantes.
OUTRO PROCESSO
O Jornal Pequeno teve acesso a uma condenação por danos materiais envolvendo a mesma suspeita, após falta de pagamento de uma festa de réveillon realizada em um complexo esportivo, no bairro do Vinhais, em São Luís, no ano de 2023.
Na ocasião, a mulher fechou a realização de três eventos no local e o último acabou não tendo o valor total repassado.
De R$ 3,2 mil, restou um débito de R$ 2.700, que ela foi condenada a pagar. Vale destacar que a decisão ocorreu à revelia, já que a suspeita não compareceu nem justificou sua ausência durante audiência de conciliação.
GRUPO DIZ QUE SUSPEITA AGIU SOZINHA
Por meio de nota, nas redes sociais, o grupo Vôlei das Quintas (VDQ), que era presidido pela denunciada, disse ter sido surpreendido e garantiu que outros membros não tinham conhecimento das ações que estavam sendo cometidas exclusivamente pela suspeita.
“Estamos tão chocados, decepcionados e indignados quanto cada um de vocês. Assim como muito, confiamos, acreditamos e jamais imaginamos que algo assim pudesse acontecer dentro do nosso projeto. Não tínhamos qualquer conhecimento do rombo financeiro causado por essa pessoa, que só veio à tona, após uma análise minuciosa da situação”, diz trecho do comunicado.
A nota pede, ainda, que nenhum valor seja repassado, via Pix ou transferência, para qualquer conta vinculada ao projeto.