Uma mulher de 58 anos foi presa no Espírito Santo, acusada de envolvimento no assassinato do próprio sobrinho, Juliano Luis Christ, em um crime ocorrido há 23 anos. Segundo as investigações, o homicídio foi motivado pela tentativa de silenciar o jovem, que havia descoberto o envolvimento da mãe e da tia na morte do pai dele.
Juliano foi executado em 2 de janeiro de 2002, aos 20 anos, no sítio onde vivia com a mãe, Carmem dos Santos Coutinho Christ, na zona rural de Marechal Floriano. A mulher presa é Rosália Rosa dos Santos Coutinho Silveira, irmã de Carmem. A mãe da vítima também é acusada de envolvimento, mas ainda não foi localizada pelas autoridades.
De acordo com a investigação, as duas teriam contratado três pistoleiros para matar Juliano. O processo judicial revela que houve uma tentativa anterior, em 21 de dezembro de 2001, quando o rapaz sofreu um atentado a tiros em Viana, na Grande Vitória. Ele sobreviveu e, após receber alta hospitalar, foi para o sítio da mãe — onde seria morto dias depois.
A motivação para o assassinato, segundo a Justiça, seria a descoberta de Juliano de que a mãe e a tia haviam participado do assassinato de seu pai, Luiz Christ Primo, morto a facadas em 1999 às margens da BR-262, em Domingos Martins. Carmem teria sido movida pelo interesse em um seguro de vida avaliado em R$ 82 mil.
Ainda conforme os autos, Juliano ameaçou denunciar as duas mulheres, o que gerou conflitos. Em um dos episódios relatados, Carmem teria afirmado que o filho teria o mesmo fim do pai.
O histórico de envolvimento das irmãs em crimes não parou por aí. Em 2010, Carmem e Rosália foram denunciadas novamente, dessa vez pela morte de João Eduardo Dittrich, com quem Carmem era casada. Ele foi dopado, amarrado, colocado em um lençol e jogado no Rio Jucu, em Domingos Martins, após descobrir saques indevidos em sua conta bancária e a venda do imóvel onde vivia com Carmem.
Na última quinta-feira, a Justiça expediu mandado de prisão contra as duas pelo assassinato de Juliano. Rosália foi detida e encaminhada ao Centro Prisional Feminino de Cariacica. Carmem segue foragida. A pena determinada é de 14 anos em regime fechado.
A defesa das acusadas não foi localizada até a publicação desta matéria.
Linha do tempo dos crimes:
1999: Luiz Christ Primo, pai de Juliano, é morto a facadas.
2001: Juliano sofre atentado a tiros em Viana.
2002: Juliano é morto no sítio da mãe.
2010: João Eduardo Dittrich, companheiro de Carmem, é dopado e jogado no rio.