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Quando o amor resiste às enchentes da vida

“As muitas águas não podem apagar o amor, nem os rios afogá-lo. Ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, seria de todo desprezado.”

Fonte: Bispo Mário Porto


Em tempos em que os relacionamentos enfrentam crises silenciosas e separações muitas vezes acontecem sem que um “adeus” seja dito, é necessário refletir sobre o cuidado e a vigilância que um casal deve ter com a própria relação. Amor, por mais belo que seja, exige zelo, construção diária e raízes profundas. E se há um texto que nos convida a meditar sobre a força desse amor, ele está nas palavras apaixonadas da Sulamita para Salomão, eternizadas no livro de Cantares capítulo 8 e versículo 7: “As muitas águas não podem apagar o amor, nem os rios afogá-lo. Ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, seria de todo desprezado.”

Essas palavras, poéticas e profundas, foram ditas na juventude de Salomão, a fase “primaveril” de sua vida. Ele, que mais tarde escreveria Provérbios, na maturidade e Eclesiastes, já na velhice, inicia sua trajetória com um cântico sobre o amor romântico, puro e vibrante. E é da boca da mulher amada, da Sulamita, que ouvimos a mais firme declaração sobre o poder do amor verdadeiro. Mas que tipo de amor é esse que nem as “muitas águas,”  símbolo de dificuldades, tempestades, crises, são capazes de apagar? Os Tipos de Amor: Eros, Philos e Ágape. Na tradição grega, o amor pode ser descrito em três formas principais: Eros: o amor romântico, o desejo entre o casal; Philos: o amor de amizade, cumplicidade e carinho; Ágape: o amor incondicional, sacrificial e divino.

Muitos casais constroem suas relações apenas sobre o Eros, a atração física e emocional. Outros evoluem para o Philos, onde existe diálogo, companheirismo, parceria. No entanto, somente o Ágape é capaz de sustentar um relacionamento nos momentos mais difíceis. É esse amor que permanece mesmo quando o outro está fraco, confuso ou distante. É o tipo de amor com que Deus nos ama e o único que cura profundamente as relações.

Quando a Sulamita afirma que nem as águas podem apagar o amor, ela nos mostra que o verdadeiro amor não se baseia apenas em sentimentos passageiros, mas sim numa escolha diária de permanecer, de proteger, de perdoar. O amor, quando alinhado à essência de Deus, se transforma em remédio para mágoas, pontes sobre abismos emocionais, âncora em meio às tempestades. Ou seja, o amor, quando regado pelo perdão, tem o poder de curar feridas que o tempo sozinho não cura. Casais que compreendem isso são capazes de sobreviver aos “rios” que tentam afogá-los, às “águas” que tentam apagar o fogo da paixão.

Amar, à luz da Palavra, não é romantizar o sofrimento, mas reconhecer que a verdadeira intimidade conjugal é forjada na fornalha da vida. É na crise que se revela a qualidade do amor que sustenta o casal. Jesus, em sua entrega na cruz, nos ofereceu o maior exemplo de amor Ágape, um amor que se doa, que não exige perfeição, mas oferece graça.

Não por acaso, o apóstolo Paulo, em sua carta aos Coríntios, declara: “O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” 1 Coríntios, capítulo 13e versículo 7. Esse é o amor que não desiste diante das falhas, que acredita na reconstrução, que vê no outro não um projeto pronto, mas alguém com quem se caminha, cresce, amadurece.

Nesta semana dos namorados, mais do que flores, presentes ou jantares românticos, celebre o compromisso de manter acesa a chama do amor. Relembre com seu cônjuge as promessas feitas, os desafios superados e os sonhos compartilhados. Reconheça que, sem o amor de Deus como alicerce, todo relacionamento está sujeito a desmoronar diante da primeira tempestade. E se você ainda busca viver esse tipo de amor, comece buscando aquele que é o próprio amor: Deus.Porque quando o amor vem Dele, as muitas águas não o apagam, os rios não o afogam, e nenhuma crise é grande o suficiente para separá-los.

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