Publicidade
Carregando anúncio...

O Exercício físico é um remédio eficaz contra o Câncer?

Estudos mostram que pessoas fisicamente ativas têm menor risco de desenvolver diversos tipos de câncer, como os de mama, cólon, próstata e endométrio

Fonte: Dr. Tiago Menescal

A atividade física tem ganhado cada vez mais relevância como ferramenta de promoção de saúde e prevenção de doenças crônicas. Dentre essas doenças, o câncer ocupa lugar de destaque, tanto pela sua incidência quanto pelos impactos físicos e emocionais que provoca. Nesse cenário, o exercício físico e em especialmente o treinamento resistido, como a musculação, vem sendo amplamente estudado como forma de prevenção e parte fundamental do tratamento oncológico.
Estudos mostram que pessoas fisicamente ativas têm menor risco de desenvolver diversos tipos de câncer, como os de mama, cólon, próstata e endométrio. A explicação envolve múltiplos mecanismos: melhora do sistema imunológico, redução de inflamações crônicas, controle hormonal e regulação de fatores de crescimento tumoral, como a insulina e o IGF-1.
Durante o tratamento oncológico, a musculação se torna ainda mais importante. A perda de massa muscular (sarcopenia), a fadiga intensa e o risco de complicações metabólicas são comuns entre pacientes submetidos à quimioterapia, radioterapia ou terapias-alvo. O treino de força atua diretamente na preservação da musculatura, melhora a disposição física e aumenta a tolerância aos tratamentos.
Do ponto de vista imunológico, o exercício estimula a ação das células NK (natural killers), que têm a função de reconhecer e eliminar células tumorais. Além disso, contribui para reduzir os níveis de citocinas inflamatórias, promovendo um ambiente biológico menos favorável ao crescimento do câncer.
A musculação também tem papel relevante no bem-estar psicológico. Pacientes com câncer frequentemente enfrentam quadros de depressão, ansiedade e sensação de perda de controle. O exercício físico melhora a autoestima, regula neurotransmissores ligados ao humor e ajuda a reestabelecer uma rotina ativa e socialmente integrada.
Após o tratamento, os benefícios continuam. Sobreviventes de câncer que mantêm uma rotina ativa apresentam menor risco de recidiva da doença, maior expectativa de vida e melhor controle de fatores de risco como obesidade, resistência à insulina e osteopenia. O treinamento de força ainda protege contra quedas, fraturas e limitações funcionais, especialmente em pacientes mais idosos.
As diretrizes internacionais, como as do Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM), orientam que pacientes oncológicos realizem pelo menos 150 minutos semanais de atividade física moderada, incluindo duas a três sessões de musculação por semana, sempre com acompanhamento adequado e personalização do plano de treino.
É fundamental ressaltar que o exercício deve ser adaptado às condições clínicas, limitações físicas e fase do tratamento de cada paciente. Com supervisão médica e orientação profissional, é possível garantir segurança e eficácia, mesmo em casos mais delicados.
Mais do que uma ferramenta complementar, o exercício físico e a musculação, são hoje reconhecidos como parte ativa da estratégia terapêutica contra o câncer. Ao lado dos tratamentos tradicionais, eles contribuem para devolver ao paciente não apenas saúde física, mas autonomia, dignidade e qualidade de vida.

Fechar