René Descartes estabeleceu os princípios da experimentação científica no livro “O Discurso sobre o Método” em 1637.
Ciência é a atividade em que se busca constantemente a verdade, uma verdade técnica, uma verdade mensurada, medida e reproduzível em qualquer parte, a partir de um método com regras e princípios estabelecidos há mais de 380 anos pelo francês RenéDescartes no livro “O Discurso sobre o Método”, em 1637.
Qualquer ideia, hipótese, teoria ou técnica que nasce de uma mente é necessariamente empírica. Tudo que não passou pelo método científico deve ser considerado empírico. E não é pecado ser empírico, aleatório e fortuito, mas no campo científico isto deveriaser provado pelo método para ser usado em humanos ou socialmente.
Tudo que é religioso e ou político, quase que necessariamente é empírico, até que um dia se comprove pelo método cartesiano. Ou então, que se aceite definitivamente que não é cientifico. Podemos dizer que na ciência vale o método, já na política vale a opinião ou retórica, e na religião, vale a fé, crença e dogma.
Na filosofia, a mãe de todas as ciências, a verdade tende a ser alguma coisa passageira, abstrata, temporária e que praticamente não existe. Na ciência a verdade é a obtida com os meios de hoje, mas o princípio do método científico é sempre o mesmo. Na dinâmica da ciência, a verdade necessariamente tende a ser mutável;neste momento tem-se uma verdade que vale, mas amanhã poderá ser diferente. A ciência quase que implora, para que se prove que ela está errada.
Caso algo não tenha se tornado público, ou se quando foi publicado não se descreveu detalhadamente como foram feitos os testes para ser possível reproduzi-los onde se bem entender sob as mesmas condições, infelizmente perde-se o caráter científico. Nestes casos,não se poderá afirmar que este algo foi “cientificamente comprovado”. Se no rótulo ou na propaganda estiver escrito “cientificamente comprovado” se deve perguntar: quem testou, onde foi publicado, como foi publicado? Se isto não for explicitado para o consumidor, será publicidade enganosa.
Quem controla a veracidade destas informações no nível governamental? Quando se trata demedicamentos, próteses, implantes, alimentos e produtos de higiene e limpeza, a colocação no mercado depende da autorização da Anvisa, dos ministérios e de outros órgãos oficiais. Para autorizarem a comercialização requerem uma comprovação científica com testes e experimentos que comprovem que fazem bem e não prejudicam as pessoas e ou animais.
Os órgãos governamentais colocam restrições e limitações, regulam a propaganda, fazem testes, enfim a sociedade tem ferramentas para controlar se o que lhes são oferecidos foram testados cientificamente. O consumidor deve ler os rótulos e identificar quem autorizou a comercialização do produto. Necessariamente o número e data da autorização devem estar explicitadas e os mais curiosos podem entrar no site e verificar se estas informações são verdadeiras.
O contrário de científico é o empírico, algo que se aprendeu com acertos e erros, sem testes, sem comprovação metodológica reproduzível e publicada. O fato de algum conhecimento ser empírico não significa que não tenha valor. Isto ocorre com as com as nossas “experiências pessoais” que, como a maior parte do que sabemos, é empírica. A roda, até hoje, nunca foi testada cientificamente.
REFLEXÃO FINAL