Um projeto para interligar as cidades de São Luís e Itapecuru0Mirim, por meio de um trem de passageiros, pode estar prestes a sair do papel. Reportagem do jornal O Globo aponta que esse trecho e mais cinco projetos-pilotos estão em fase final de estudos.
Já está em fase final de estudo o trecho entre Brasília (DF) e Luziânia (GO), que devem ser alvo de consulta pública ainda este ano, com leilão previsto para 2026. Os projetos para as ligações ferroviárias entre Salvador e Feira de Santana, na Bahia, e entre os municípios paranaenses de Maringá e Londrina também estão adiantados.
Atualmente, apenas duas ferrovias no país servem ao deslocamento da população comum, excetuando-se as que fazem apenas passeios turísticos. Ambas são administradas pela Vale: a Estrada de Ferro Vitória-Minas e a Estrada de Ferro Carajás. Mas elas não foram alvo de uma concessão específica, são uma obrigação no contrato para transporte de carga.
A dificuldade de conceder ferrovias de passageiros à iniciativa privada passa pelo custo do modal e a perspectiva de retorno do investimento. Somente a cobrança de passagens não fecha a conta. Para tirar a promessa do papel, o governo Lula vem adotando algumas estratégias. A primeira é aproveitar a malha de ferrovias abandonadas ou subutilizadas.
Todos os trechos em estudo foram escolhidos levando em consideração análises sobre o fluxo de pessoas, critérios econômico-financeiros e o potencial de atração de investidores.
Mesmo assim, será necessário fazer algum aporte público nos projetos para que eles parem de pé. Mas o Ministério dos Transportes quer usar operações imobiliárias para reduzir o volume de recursos do Tesouro Nacional que serão necessários para tornar os projetos viáveis.
A ideia é integrar à concessão terrenos adjacentes à linha férrea, de modo que a empresa vencedora do leilão possa ter uma receita secundária, com a gestão imobiliária de galpões logísticos, prédios corporativos ou para moradia.
Interlocutores do governo saíram animados de conversas com bancos para avaliar a viabilidade da utilização de operações do setor imobiliário para alavancar as garantias financeiras dos projetos de linhas férreas. A proposta é que a alternativa possa ser usada para qualquer tipo de concessão ferroviária, mas o entendimento é que a sinergia é maior com o trem de passageiros.