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Peixe-leão é identificado em parque marinho do Maranhão e preocupa pesquisadores

Espécie é considerada perigosa para humanos, por conter espinhos venenosos.

Fonte: Redação

A espécie é considerada perigosa para humanos, por conter espinhos venenosos (Foto: Reprodução)

Uma expedição realizada por pesquisadores da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) confirmou a presença do peixe-leão, espécie invasora e altamente predatória, no Parque Estadual Marinho do Parcel de Manuel Luís, a cerca de 180 km da costa de São Luís. O registro levanta preocupações sobre os impactos ambientais na região e o risco de expansão da espécie para o litoral maranhense.

O peixe-leão, originário do Oceano Pacífico, não possui predadores naturais no Brasil e pode comprometer o equilíbrio ecológico de ecossistemas marinhos ao se alimentar de espécies nativas e se reproduzir em ritmo acelerado. Estima-se que o animal consiga colocar até 30 mil ovos de uma só vez e consumir até 20 peixes em apenas 30 minutos.

Segundo o oceanógrafo Marcelo Henrique Lopes Silva, que participou da missão, a chegada do peixe-leão ao Parcel é um sinal de alerta. “A espécie pode se alastrar até áreas costeiras, o que representa ameaça à biodiversidade, à pesca artesanal e até ao turismo local”, afirmou.

A expedição, que durou quatro dias, contou com apoio logístico de um navio da UFMA. Os pesquisadores coletaram amostras de água em diferentes profundidades para análise físico-química, com foco em entender as correntes marinhas e os processos oceanográficos da região. A área do Parcel de Manuel Luís é considerada estratégica por estar inserida na margem equatorial brasileira — rota de grande interesse científico e ecológico.

Outro ponto de destaque foi a preocupação com as algas calcárias da região, essenciais para a formação dos recifes e para o equilíbrio ambiental do parque marinho. De difícil acesso, o Parcel é visitado apenas entre os meses de janeiro e junho, quando os ventos são mais brandos. O local também abriga embarcações naufragadas, o que lhe confere relevância histórica e ecológica.

A descoberta do peixe-leão será formalmente registrada em artigo científico e já foi comunicada à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), que informou estar elaborando um termo de referência para contratação de consultoria especializada no monitoramento de espécies invasoras na região.

Riscos ambientais e humanos

Além dos danos ecológicos, o peixe-leão também representa risco à saúde humana. A espécie possui 18 espinhos venenosos e pode causar reações como dor intensa, febre, náuseas e até convulsões em casos mais graves. O animal costuma habitar águas profundas, mas já há registros de sua migração para áreas rasas.

Em caso de ferimento, especialistas recomendam lavar a área atingida com água quente e procurar atendimento médico imediato. Avistamentos devem ser comunicados ao Ibama pelo telefone 0800 61 8080.

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