Antonio Nelson Faria
Um dos pontos mais tradicionais de vendaclandestinas de camisas de futebol da cidade evaporou pelo ebulição da modernidade, refletidana necessidade de expandir a mobilidade urbana de São Luís, que, com velocidade, vem sendo cobrada pela população. O empreendimento tombou, não por ter ido à derrocada, mas em decorrência de obra do governo estadual, necessária para a liberação do espaço para a ampliação dos eixos de trânsito, permitindo o escoamento mais rápido dos veículos que hoje transitam pela Grande São Luís.
O ponto comercial ao qual me refiro era o espaço de vendas de bandeiras e camisas dos clubes de futebol locais, nacionais e da Seleção Brasileira, localizado em frente da curva do ex-supermercado Lusitana/Bom Preço, na rotatória da entrada para o bairro do Olho D’Água, popularmente conhecido como Shopping Varal, local onde ambulantes comercializavam camisas do Sampaio Corrêa, Moto, Maranhão e de algumas equipes do interior, sem contar os grandes times como Flamengo, Vasco, Fluminense, Corinthians, Palmeiras e também da Seleção Brasileira, além deconsagradas agremiações estrangeiras.
A cidade cresce absurdamente. Atualmente, abriga mais de 1 milhão e cem mil habitantes. Possui o quarto PIB do Nordeste, ocupa a 15ª posição no ranking das cidades mais populosas do Brasil e contempla novo rosto social e urbanístico, preparando-se para as grandes transformações da gestão vitoriosa do prefeito reeleito Eduardo Braide.
Por ter sido cliente da loja ao ar livre por longo tempo, guardo na memória como a “calçada-de-vendas” ficava cheia durante as copas mundiais e os grandes embates dos campeonatos maranhenses, brasileiros e europeus. Valia a pena!Quando uma camisa original da Seleção Canarinha fabricada pela Nike custava em torno de R$ 350,00, no mesmo ponto, a cópia pirata não ultrapassava R$ 60,00 e parecia idêntica à original, perfeita e inconfundível.
Lembro ter ido em algumas festas de aniversário de amigos no Olho D’Agua e quando esquecia o presente, a lâmpada acendia e indicava o Shopping Varal para a compra de camisa do clube predileto do aniversariante e ainda pedia para embrulhar em embalagem especial. Quase sempre passava como comprado em loja esportiva, tal a malandragem chinesa do produto.
Essa área de venda funcionou por muitos anos sem incomodar lojistas tradicionais, que geram impostos e empregos ou a própria receita estadual. Foi um fenômeno de vendas nos fins de semana nas idas para as praias do Olho D’Água, do Meio e do Araçagi. Sempre tinha público e me lembro de um dos donos, um caboclo forte, bom negociador e de lábia típica dos antigos marreteiros da rua Grande e do Mercado Central.
O fenômeno comercial funcionou muito tempo eeconomizou muita grana da clientela do bolso curto, aquela parcela que não dispunha de poder de compra para adquirir o original nas lojas especializadas. E contribuiu para popularizar artigos esportivos, com preços acessíveis,permitindo a inclusão social ao público do esporte de massa.
O pequeno centro de compras fechou demandado pela contemporaneidade, quando o governador Carlos Brandão resolveu dar um basta nos intensos engarrafamentos diários no entroncamento e partiu para realizar a intervenção que otimizou o fluxo de trânsito de acesso à rota oceânica, facilitando a vida dos moradores e descongestionando o tráfego naquela artéria de intensa circulação viária. Deu certo e melhorou a fluidez do tráfego e a vida de todo mundo.
Mas caso ainda estivesse em atividade, o Shopping Varal, iria lavar a burra com a venda de camisetas do Flamengo, Palmeiras, Botafogo e Fluminense –
que jogou um bolão na Copa Mundial de Clubes, mas levou azar. Graças a Deus o “SV” cerou às portas bem antes do absurdo de ter que exibir em seu portfólio o novo uniforme vermelho da Seleção Brasileira que chegou a ser produzido pela Nike nos bastidores, mas, com o repúdio do torcedor e da população brasileira, a CBF mandou para a lixeira a esdrúxula vestimenta encarnada, concebida para a torcida do PT, de Cuba, da Venezuela, da Bolívia e de outros paisinhosidolatrados pela esquerda-caviar, que destrói qualquer nação.
A Seleção Canarinha atual, apesar de ruim, sempre será verde, amarela e azul, encantadora e cheia de vida como foi o Shopping Varal.