
Maria Eduarda Marques, de 22 anos, foi presa na cidade de Santa Rita, nesta terça-feira (23), acusada de tentar matar a própria mãe, a professora Sandra Maria Marques, com o uso de veneno conhecido como “chumbinho”, enquanto ela estava internada no Hospital Geral da Vila Luizão, em São Luís. A vítima sofria de Atrofia Multissistêmica (AMS) e faleceu em junho, após agravamento do quadro clínico.
A prisão foi realizada pela Polícia Militar, que localizou Maria Eduarda na Avenida Ivar Saldanha, após ela sair de uma academia. Contra a jovem havia um mandado de prisão por tentativa de homicídio qualificado. Ela foi encaminhada à delegacia e está à disposição da Justiça.
Segundo informações da polícia, Maria Eduarda estava hospedada em um hotel na cidade e já havia tido conflitos anteriores com a mãe, incluindo episódios que levaram a internações.
As investigações conduzidas pelo Ministério Público do Maranhão e pela Polícia Civil indicam que a tentativa de envenenamento ocorreu em duas ocasiões distintas, nos dias 24 e 27 de abril de 2025. De acordo com o inquérito, a acusada teria tentado administrar medicamentos adulterados com substâncias tóxicas, alegando tratar-se de melatonina para ajudar a mãe a dormir.
No primeiro episódio, a técnica de enfermagem Rosemary de Carvalho Baima se recusou a trocar o medicamento original por um frasco trazido por Maria Eduarda após notar pequenas bolinhas pretas no líquido. A acusada insistiu e trocou o recipiente por outro frasco semelhante, igualmente suspeito. A equipe médica alertou a direção do hospital e os frascos foram encaminhados à perícia.
Três dias depois, Maria Eduarda voltou ao hospital e entregou outro frasco à médica Juliana Cristina Silva Ramos. Diante do comportamento suspeito, a médica notificou a direção, e a polícia foi acionada. Exames toxicológicos confirmaram a presença de terbufós e alfametrina — componentes do “chumbinho”, veneno altamente tóxico e de uso proibido.
Durante as investigações, Maria Eduarda alegou que teria recebido os frascos de um conhecido identificado como L.R.V.C. No entanto, ele negou qualquer envolvimento e afirmou que a acusada tentou usá-lo como álibi.
Diante das provas, o promotor de Justiça Agamenon Batista de Almeida Júnior ofereceu denúncia por tentativa de homicídio qualificado, com base no artigo 121, §2º, incisos I e V, combinado com o artigo 14, II, do Código Penal. As qualificadoras envolvem o uso de veneno e a impossibilidade de defesa da vítima.
O caso segue acompanhado pelo Ministério Público e deverá ser levado a julgamento nos próximos meses.