A saída de Júnior Vieira do comando da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (Semcas) provocou forte repercussão nos bastidores políticos de São Luís e do Maranhão. Vieira, que figurava entre os secretários mais bem avaliados da gestão de Eduardo Braide, foi exonerado nesta terça-feira (29), em uma decisão que reflete não apenas questões administrativas, mas principalmente desdobramentos políticos envolvendo o deputado federal Aluísio Mendes e o grupo do governador Carlos Brandão.
Presidente municipal do partido Republicanos, Júnior Vieira tem ligação próxima com Aluísio Mendes, líder da legenda no estado. A aproximação recente do deputado com o Palácio dos Leões já havia levantado especulações sobre mudanças no secretariado de Braide, que agora se concretizam com a nomeação de Tamara Araújo para a pasta da Assistência Social.
Mesmo diante da movimentação partidária, Vieira manteve-se leal ao prefeito durante toda a gestão e se destacou por sua atuação à frente da Semsa (Segurança Alimentar) e da própria Semcas. Entre suas ações mais reconhecidas estão os projetos de combate ao trabalho infantil e as abordagens sociais a famílias em situação de vulnerabilidade, como as que utilizavam crianças para pedir esmolas nos semáforos de São Luís — vídeos dessas ações ganharam repercussão nas redes sociais e ajudaram a consolidar sua imagem pública.
Uma pesquisa recente, divulgada pelo blog do Diego Emir, o apontou entre os 10 nomes mais bem avaliados para uma vaga na Assembleia Legislativa do Maranhão. O reconhecimento do seu trabalho também veio de aliados políticos de peso. O ex-prefeito e pré-candidato ao governo do estado Lahesio Bonfim usou as redes sociais para declarar apoio a Vieira: “Força, Júnior Vieira. Você é gigante e o futuro vai mostrar a todos o seu tamanho.”
Em nota divulgada nas redes sociais, o prefeito Eduardo Braide agradeceu o ex-secretário pelos serviços prestados. Já Júnior Vieira reafirmou o compromisso com a população e sinalizou que seguirá atuando em projetos sociais e políticos. A exoneração, no entanto, abre uma nova fase no xadrez político de 2026, com possíveis impactos nas alianças que estão sendo desenhadas para as eleições municipais e estaduais.