O Maranhão ocupa a primeira posição no ranking nacional de obras públicas paralisadas, segundo levantamento divulgado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Até abril de 2025, foram identificados 1.205 empreendimentos interrompidos no estado, o maior número entre todas as unidades federativas do país.
O relatório do TCU contabiliza um total de 11.469 obras paradas no Brasil, sendo aproximadamente metade financiadas com recursos federais. O dado revela um quadro de estagnação, já que o volume de paralisações se manteve praticamente inalterado em relação ao mesmo período do ano anterior. Para o presidente do Tribunal, ministro Vital do Rêgo, esse cenário demonstra que os esforços para retomar os empreendimentos seguem insuficientes.
Outros estados com índices elevados de paralisações são Bahia (926), Pará (889) e Minas Gerais (874). A maior parte das obras interrompidas está concentrada nos setores de saúde e educação, que representam mais de 70% do total. O estudo também destaca a carência de informações sobre os motivos das paralisações: menos da metade dos projetos conta com justificativas detalhadas em seus relatórios.
Entre as 4.700 obras que apresentam explicações, os entraves jurídicos e as dificuldades para obtenção de licenças ambientais são as principais causas apontadas. Esses empreendimentos somam um investimento federal já realizado de quase R$ 16 bilhões, o que evidencia o impacto financeiro da ineficiência na execução de políticas públicas.
Outro dado alarmante é o volume de obras recentes já interrompidas: das 5.500 iniciadas em abril de 2024, cerca de 1.200 foram classificadas como paralisadas em menos de um ano. Diante desse cenário, o TCU informou que encaminhará o relatório ao governo federal e ao Congresso Nacional, com o objetivo de subsidiar políticas públicas que garantam a conclusão das obras e a melhor aplicação dos recursos destinados à infraestrutura.