
Com quatro quilômetros de extensão e capacidade para distribuir 250 mil metros cúbicos de gás natural por dia, São Luís acaba de entrar oficialmente na rota da energia limpa no Brasil. A inauguração do Sistema de Distribuição de Gás Natural 2 (SDGN2) ocorreu nesta quarta-feira (30), em solenidade realizada na base operacional da Companhia Maranhense de Gás (Gasmar), no Porto do Itaqui. A estrutura representa um marco para a capital e para o estado do Maranhão, segundo destacou o governador Carlos Brandão, presente na cerimônia.
“Estamos mostrando ao Brasil e ao mundo que o Maranhão quer crescer com sustentabilidade. Queremos atrair novas empresas, gerar emprego, mas com responsabilidade ambiental. Essa energia é mais barata, menos poluente e pode nos posicionar de forma estratégica na transição energética”, frisou.
O novo gasoduto abastecerá, inicialmente, a usina de pelotização da mineradora Vale, localizada na capital. A substituição do óleo combustível pelo gás natural deve reduzir em 28% as emissões de carbono da planta industrial, segundo Giosan Souto, gerente-geral de operações da empresa. “Essa iniciativa reduz custos e também as emissões, em linha com nossa meta de cortar 30% até 2030”, afirmou.
Este é o segundo sistema de distribuição de gás natural em operação no estado — o primeiro (SDGN1) está localizado em Santo Antônio dos Lopes, região central do Maranhão, abastecendo o Complexo Termoelétrico da Parnaíba. A expectativa é que o novo gasoduto viabilize, no futuro, o fornecimento para hospitais, estabelecimentos comerciais, indústrias e até residências da Grande Ilha.

Energia estratégica e desenvolvimento industrial
A escolha de São Luís como ponto de expansão foi estratégica, devido à presença do Porto do Itaqui e de grandes empresas. Para o diretor-presidente da Gasmar, Allan Kardec Duailibe, a estrutura inaugura um novo ciclo de industrialização sustentável no estado. “Estamos usando o gás produzido aqui para impulsionar a indústria local. Isso gera emprego, renda e ainda representa uma opção mais limpa e eficiente que o óleo combustível”, avaliou.
O gás natural é apontado como vetor de transição energética, por emitir menos poluentes e se adaptar a diversas aplicações — da indústria ao transporte. A utilização como Gás Natural Veicular (GNV), por exemplo, pode se tornar realidade, beneficiando motoristas de táxi e aplicativo, além de estimular novos negócios na cadeia do combustível.
Maranhão na COP30 e atração de investimentos
A implantação do SDGN2 também reforça a estratégia do governo estadual de posicionar o Maranhão como protagonista da transição energética no Brasil. O projeto será uma das pautas apresentadas pelo estado na COP30 — a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima — que acontecerá em novembro deste ano, em Belém (PA).
“O Maranhão quer crescer com responsabilidade ambiental. Esse projeto representa energia mais barata, com menor emissão de carbono, e é um diferencial competitivo para atrair empresas alinhadas a práticas sustentáveis”, disse o governador Carlos Brandão. O investimento total na obra foi de R$ 100 milhões, financiado com recursos do governo estadual por meio da Gasmar.
Cerimônia de lançamento e presença de autoridades
A inauguração contou com a presença de autoridades políticas e representantes do setor energético, como o deputado federal Pedro Lucas Fernandes e o presidente da Agência Estadual de Mobilidade Urbana (MOB). A cerimônia marcou o início simbólico de uma nova fase para o Maranhão, que agora aposta na energia limpa como caminho para o desenvolvimento econômico e ambiental.