Dois irmãos colombianos foram baleados na tarde desta segunda-feira (4), em plena área comercial da Rua Sete de Setembro, no Centro de São Luís. As vítimas, identificadas como Heider Tamayo Nanez, de 44 anos, e Harold Tamayo Nanez, de 43, foram alvejadas por dois homens armados que passaram de moto e dispararam contra o interior de uma loja onde os estrangeiros estavam. O caso está sendo investigado como tentativa de homicídio, com suspeitas de ligação com práticas ilegais de agiotagem.
De acordo com a Polícia Civil do Maranhão, o ataque pode estar diretamente relacionado a um suposto esquema de empréstimos irregulares operado por colombianos no centro da capital. Informações preliminares colhidas no local apontam que os irmãos não teriam feito o pagamento de uma “taxa semanal” cobrada por milicianos que controlariam a área, o que teria motivado o atentado.
O delegado Wallace Alves, titular do 1º Distrito Policial de São Luís, que conduz o caso, confirmou que o foco da apuração está voltado para a atuação de grupos de agiotas estrangeiros na região central, os quais, segundo relatos obtidos na investigação, operam sob o pagamento de uma espécie de “pedágio” a organizações criminosas locais.
“Todas as linhas de investigação estão sendo consideradas, mas há fortes indícios de que a motivação esteja relacionada a práticas de agiotagem. Estamos apurando se houve quebra no acordo informal com o grupo que controla o território”, afirmou o delegado.
Os disparos atingiram Heider na região do tronco e Harold no rosto. Ambos foram socorridos por outro irmão, William Tamayo Nanez, de 37 anos, que também estava na loja no momento do ataque, mas não foi ferido. Os dois feridos seguem internados no Hospital Municipal Djalma Marques (Socorrão 1).
A hipótese investigada pela polícia é de que os atiradores tenham agido sob encomenda, como forma de retaliação, para “dar o recado” a outros membros do grupo.
Até o momento, nenhum suspeito foi preso, mas a Polícia Civil realiza diligências para identificar os autores dos disparos e aprofundar os vínculos entre as vítimas e o suposto esquema de empréstimos ilegais.
O caso poderá ser repassado à Superintendência Estadual de Investigações Criminais (SEIC) ou à Superintendência Especializada em Prevenção e Combate à Corrupção (SECCOR), caso se confirmem os vínculos com o crime organizado transnacional.