O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), enviou à Corregedoria Parlamentar representações disciplinares contra 14 parlamentares de oposição, entre eles Allan Garcês (PP-MA), por participação na ocupação e obstrução do plenário nos dias 5 e 6 de agosto. Os atos, liderados por oposicionistas contrários à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), interromperam os trabalhos legislativos e motivaram pedidos de apuração por possível quebra de decoro.
A decisão foi tomada em reunião extraordinária da Mesa Diretora e divulgada pela Secretaria-Geral da Câmara. Diferente de casos anteriores — como os de Gilvan da Federal (PL-ES) e André Janones (Avante-MG), encaminhados diretamente ao Conselho de Ética com pedido de suspensão —, o processo seguirá o rito regular. O corregedor parlamentar, Diego Coronel (PSD-BA), terá 48 horas para emitir parecer, podendo recomendar o arquivamento ou o envio ao Conselho de Ética. Se o parecer for favorável, a Mesa votará a abertura do processo, que pode levar à suspensão do mandato por até seis meses.
Dos 14 deputados citados, 12 são do PL, um do PP e um do Novo. Entre os nomes estão lideranças da oposição, como Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido, Zucco (PL-RS), líder da minoria, e Marcel van Hattem (Novo-RS), líder do partido. A lista completa inclui: Allan Garcês (PP-MA), Marcos Pollon (PL-MS), Zé Trovão (PL-SC), Júlia Zanatta (PL-SC), Marcel van Hattem (Novo-RS), Paulo Bilynskyj (PL-SP), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Nikolas Ferreira (PL-MG), Zucco (PL-RS), Caroline de Toni (PL-SC), Marco Feliciano (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF), Domingos Sávio (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ). Uma representação contra Camila Jara (PT-MS) chegou a constar na lista inicial, mas foi retirada antes do envio à Corregedoria.