Uma mulher foi destituída do cargo de síndica de um condomínio no Guarujá, litoral de São Paulo, após ser acusada de desviar mais de R$ 1,5 milhão dos cofres condominiais em parceria com um empresário. O caso gerou disputa judicial e investigações da Polícia Civil por suposto estelionato.
Segundo a advogada e moradora Fernanda Escanuella, as suspeitas começaram em março de 2023, quando foram identificados pagamentos destinados à conta pessoal do empresário. Os contratos formais, de acordo com a acusação, teriam sido elaborados apenas depois, com o objetivo de justificar despesas já realizadas. Ao todo, os acordos firmados somariam R$ 1.682.160.
A síndica, que ocupava o cargo havia quase quatro anos, foi afastada em 9 de agosto, após assembleia convocada por moradores. Uma auditoria independente, contratada pela nova administração, teria confirmado indícios de fraude.
Disputa judicial e inquérito policial
Além da destituição, moradores ingressaram com ações cíveis na Justiça e registraram boletim de ocorrência. O caso está sob análise da 1ª Vara Cível de Guarujá e também é investigado em inquérito policial por estelionato.
Em junho, o juiz Ricardo Fernandes Pimenta Justo já havia autorizado os condôminos a realizar reuniões na área comum, sob pena de multa de R$ 50 mil caso houvesse proibição por parte da síndica. A decisão abriu caminho para a assembleia que resultou em seu afastamento.
O que dizem as defesas
A advogada Roberta Modena Pegoretti, representante da ex-síndica, classificou as acusações como “narrativas levianas, sem respaldo fático ou jurídico”, atribuindo o caso a um grupo de moradores que buscaria desmoralizar sua cliente.
O empresário apontado como beneficiário também negou irregularidades. Em nota, sua companhia alegou que todos os contratos foram aprovados em assembleia e que a troca de gestão não invalida os compromissos firmados. O comunicado ainda afirma que o material apresentado pela atual administração foi “produzido para induzir autoridades ao erro” e que já há documentação reunida para contestar as acusações.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que realiza diligências para esclarecer os fatos.