
SÃO LUÍS – Dois homens foram condenados a mais de 30 anos de reclusão cada um pela execução de dois adolescentes e pela tentativa de homicídio contra outros jovens, durante um ataque a tiros em um campo de futebol no bairro Coroadinho, em São Luís. O crime ocorreu em 3 de julho de 2022, no campo “Caranguejo”, e chocou a comunidade local pelo extremo da violência.
Edvaldo Pereira Junior e David Sousa Nunes foram considerados culpados de homicídio duplamente qualificado — por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas — na forma consumada contra os adolescentes de 16 anos L.F.A.F e J.A, e na forma tentada contra Raoni Maldine Chagas. Ambos cumprirão a pena inicialmente em regime fechado na Penitenciária de Pedrinhas. Outros três réus, acusados de participação, foram absolvidos pelos jurados.
O julgamento, realizado no 2º Tribunal do Júri do Fórum Des. Sarney Costa, reuniu familiares, sobreviventes e testemunhas, incluindo policiais militares. Apenas Edvaldo Pereira Junior confessou os crimes em plenário. Segundo relatos, as vítimas, integrantes da Igreja Adventista, jogavam futebol quando foram surpreendidas pelos acusados, que saíram de um manguezal e dispararam diversas vezes. Uma das vítimas foi atingida por 12 tiros, enquanto outros jovens se esconderam no mangue para tentar escapar.
De acordo com a investigação, os autores pertencem a uma facção criminosa e teriam confundido as vítimas com integrantes de um grupo rival. O juiz Pedro Guimarães Júnior, responsável pela sentença, destacou que o ataque tinha características de chacina, refletindo “culpabilidade intensa e grave” e abalando a paz social da comunidade. Por esses motivos, os réus tiveram negado o direito de recorrer em liberdade.
O caso evidencia o impacto da atuação de organizações criminosas na capital maranhense, reforçando a necessidade de medidas rigorosas para garantir a segurança pública e a proteção de jovens em áreas vulneráveis.