O carro em que estavam os quatro homens desaparecidos há mais de um mês — Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi, Diego Henrique Afonso e Alencar Gonçalves de Souza — foi localizado nesta sexta-feira (12) enterrado em um bunker na zona rural de Icaraíma, no noroeste do Paraná. A informação foi confirmada pelo delegado Thiago Andrade.
O veículo, um Fiat Toro, foi encontrado pela Polícia Militar Ambiental de Umuarama, a cerca de 9 km da propriedade de suspeitos investigados no caso. Segundo o delegado, o carro estava em uma área de mata fechada, coberto por lonas e plástico. “Na análise preliminar, trata-se do veículo utilizado pelas vítimas. Ele ainda está sendo desenterrado com auxílio de escavadeiras”, afirmou Andrade.
Há suspeita de que os corpos das vítimas possam estar próximos ao local. O secretário de Segurança Pública do Paraná, coronel Hudson Teixeira, declarou: “Por enquanto os corpos não foram localizados, mas há indícios fortes de que estejam ali. Se fosse apenas a caminhonete, não haveria necessidade de tantas lonas”.
Linha do tempo do desaparecimento
Os quatro homens desapareceram em 5 de agosto, um dia após chegarem a Icaraíma. Robishley, Rafael e Diego haviam viajado de São José do Rio Preto (SP) para cobrar uma dívida e, na cidade, se encontraram com Alencar, que teria contratado o grupo para intermediar a cobrança.
Na manhã do dia 5, eles foram vistos pela última vez em uma padaria da cidade, conforme imagens de câmeras de segurança. Horas depois, deixaram de responder às famílias. Desde então, não houve novos registros de contato.
As investigações apontam que o desaparecimento pode ter ocorrido após uma emboscada relacionada à cobrança de uma dívida envolvendo a venda de uma propriedade rural. O caso é tratado como homicídio pela Polícia Civil do Paraná e segue sob sigilo.
Suspeitos foragidos
Dois homens são considerados suspeitos: Antonio Buscariollo, 66 anos, e seu filho, Paulo Ricardo Costa Buscariollo, 22 anos. Ambos foram ouvidos pela polícia no início da investigação, mas desapareceram logo depois e tiveram prisão temporária decretada.
Segundo a investigação, a família Buscariollo comprou uma propriedade de Alencar por R$ 255 mil, mas não quitou nenhuma das dez notas promissórias combinadas. Esse débito teria motivado a cobrança feita pelo grupo de São José do Rio Preto.
A defesa de pai e filho alega que eles são inocentes e fugiram após receber ameaças de morte. O advogado afirmou que houve um desacordo comercial e que pretende pedir a suspensão das prisões antes que eles se apresentem.
Já a advogada da família das vítimas, Josiane Monteiro, disse que a investigação deve ser tratada como crime de homicídio. “As chances de encontrá-los com vida são pequenas, mas as famílias ainda mantêm a esperança de uma resposta positiva”, afirmou.
Buscas e novas pistas
Desde o desaparecimento, equipes policiais realizaram buscas diárias com uso de cães farejadores, sonar, helicópteros com câmeras de infravermelho e perícias em veículos apreendidos.
Os familiares das vítimas também oferecem recompensa de R$ 50 mil por informações que ajudem a localizar tanto os desaparecidos quanto os suspeitos.
As autoridades reforçam que as investigações continuam e que novas atualizações serão divulgadas conforme o andamento das diligências.