Um grupo de 58 brasileiros deportados dos Estados Unidos desembarcou na noite do dia 17 no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins (Minas Gerais). A aeronave partiu do estado da Louisiana em voo direto. Esse foi o 21º voo de deportação de brasileiros desde o início do governo do presidente Donald Trump.
Segundo dados do governo federal, Minas lidera a lista dos estados que mais receberam deportados em 2025, seguido por Rondônia, São Paulo, Espírito Santo e Goiás.
Entre os repatriados estava Eugênio Moura, de 44 anos, que viveu 22 anos nos EUA. Ele contou ter sido preso enquanto tentava regularizar sua situação imigratória: “Na hora que fui colocar meus dedos no reconhecimento, a imigração chegou e me agarrou sem eu saber o que estava acontecendo”.
Outro passageiro, Carlos Alexandre de Moraes, de 23 anos, viveu quatro anos no país. Ele disse ter conseguido trabalhar e juntar dinheiro, mas reconheceu que não planejava voltar: “É um momento bem crítico para ir para os Estados Unidos”.
Já Gustavo Henrique Marinho de Carvalho, também de 23 anos, que morou sete anos nos EUA, destacou que o país foi uma oportunidade, mas lembrou das dificuldades: “Eu tinha terminado de trabalhar e acabou que eles me pegaram assim mesmo. Queriam nem saber, pegaram minhas coisas e me agarraram”, afirmou.
O gerente de projeto da operação, Paulo Víctor Rezende, destacou que a ação busca garantir um retorno mais digno: “O objetivo é dar dignidade para essas pessoas, para que possam chegar até suas famílias da melhor forma possível, sem violação de direitos humanos”.
Rezende afirmou ainda que o Itamaraty mantém negociações com o governo norte-americano para aumentar a frequência de voos, reduzir o tempo de detenção e assegurar que os brasileiros deportados fiquem algemados pelo menor tempo possível, com a retirada das restrições antes do desembarque ou do pouso.