A Série D do Brasileiro de 2026 tem gerado fortes debates nos bastidores. Em uma reunião virtual realizada na semana passada, dirigentes de clubes que já têm vaga assegurada para o próximo ano se posicionaram contra a proposta da CBF de ampliar o número de participantes de 64 para 96 equipes.
Por outro lado, clubes tradicionais do futebol brasileiro, incluindo o maranhense Sampaio Corrêa, também se reuniram de forma online e se mobilizaram a favor da mudança, inclusive com o envio de um documento para a CBF.
O presidente da CBF, Samir Xaud, sinalizou que a Série D de 2026 pode passar de 64 clubes para 96, o que beneficiaria times do Maranhão. O MAC garantiu sua vaga na Série C, enquanto o Imperatriz, como vice-campeão Maranhense, e o IAPE, terceiro colocado no Estadual, têm suas vagas asseguradas. Assim, a mudança beneficiaria diretamente Sampaio e Moto.
Isso porque, conforme a proposta, Imperatriz e Sampaio iriam entrar pela cota dos times que avançaram às oitavas nesta temporada. Assim, sobraria uma segunda vaga para clubes do Maranhão, que ficaria com o Moto, quarto colocado no Estadual.
Samir Xaud afirmou que a Série D passaria de 64 para 96 equipes, distribuídas em 16 grupos de seis, em vez dos tradicionais 8 grupos de oito. Essa proposta foi lançada anteriormente pelo Conselho Nacional de Clubes (CNC) e prevê que os 32 clubes melhores colocados na edição anterior teriam suas vagas garantidas no ano seguinte.
Porém, dirigentes de clubes já classificados para a competição do próximo ano, se reuniram e afirmaram que essa ampliação, de 64 para 96 times, seria injusta, uma vez que muitas equipes sem calendário nacional investiram em seus estaduais e garantiram a classificação em campo.
O presidente do Nacional-AM, inclusive, se manifestou: “Nosso clube, sem calendário definido, investiu para conquistar uma delas (vagas) em campo. Se soubéssemos que seriam três vagas, o investimento poderia ter sido menor para buscar a terceira. Fizemos um esforço grande para alcançar a classificação e conseguimos. Considero, portanto, injusto mudar agora, depois de todo o trabalho feito pelos clubes em 2025 para garantir essa vaga”, disse. O presidente do Manaus também seguiu a mesma linha.
Movimento a favor – Por outro lado, clubes eliminados nas oitavas de final desta temporada e que não têm vaga garantida para o próximo ano se mobilizaram a favor da mudança. Clubes como o Água Santa, Sampaio, Manauara, São José-RS, Altos, Luverdense e Aparecidense, participaram de uma reunião virtual na última quinta-feira (18).
No encontro, os dirigentes assinaram um documento de apoio à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e ao presidente Samir Xaud, defendendo a ampliação do torneio.
Segundo o documento, a medida atende a uma “necessidade do futebol brasileiro”, ampliando a porta de entrada para o cenário nacional e oferecendo maior visibilidade aos clubes. Além disso, dirigentes destacam que a expansão significaria mais oportunidades de trabalho para atletas, comissões técnicas e profissionais ligados ao esporte, todos com contrato e calendário definidos.
Nesta nova Série D, a fase de grupos teria turno e returno, sendo 10 jogos para cada clube, quatro a menos em relação ao atual formato. Os líderes de cada chave avançariam direto para a terceira fase, enquanto aguardariam outros 16 times que sairiam da segunda fase. Essa fase teria as equipes que ficaram em 2º e 3º colocados nos grupos.
Os vencedores pegariam os primeiros colocados da primeira fase. Os times que alcançarem a terceira fase, nesse novo modelo proposto, garantiriam vaga na Série D do ano seguinte, como já explicado.