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ZPE de Bacabeira entra em pauta com audiência ambiental e anúncios de projetos de alto impacto

Propostas incluem refinaria de combustível sustentável e hub “verde”, mas desafios estruturais precisam ser superados.

Fonte: Com informação do MPMA
Projeto da ZPE de Bacabeira (Foto: Reprodução)

Uma audiência pública realizada em Bacabeira apresentou o Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) da futura Zona de Processamento de Exportação (ZPE). Moradores e técnicos levantaram dúvidas sobre pressão sobre serviços públicos, trânsito pesado, efluentes e risco ao rio Itapecuru. Em paralelo, empresas e entidades vêm ventilando projetos bilionários para o complexo — do combustível sustentável de aviação a um data center de IA movido a energia renovável —, todos dependentes do licenciamento e de viabilidade econômica.


O que esteve em discussão na audiência

  • Esgotamento e água: pedido de detalhamento de coleta e tratamento de efluentes e destino final, com atenção ao rio Itapecuru (manancial regional).

  • Mobilidade: previsão de aumento de tráfego de veículos pesados e impactos na segurança viária.

  • Serviços públicos: capacidade de saúde, saneamento, segurança e transporte escolar diante de possível adensamento populacional.

  • Condicionantes: cobrança por medidas mitigadoras e monitoramento contínuo.

As contribuições registradas na audiência integram o processo de licenciamento e podem virar condicionantes para a instalação e a operação do distrito industrial.


O que está sendo proposto para a ZPE (projeções dos proponentes)

  • Refinaria para combustível sustentável de aviação (CSA): investimento estimado em R$ 9,1 bilhões; capacidade anunciada de 50 mil barris/dia; cerca de 300 empregos diretos.

  • Hidrogênio verde e amônia: projeto em análise, estimado em R$ 25 bilhões; cerca de 400 empregos diretos.

  • H2V e e-metanol: estimativa de R$ 1,5 bilhão; 600 empregos diretos.

  • Data center de IA “verde”: proposta de instalação de infraestrutura de alto desempenho abastecida por energia renovável adicionada ao sistema, com cooperação acadêmica para formação de talentos e P&D.

Importante: valores, prazos e números de empregos acima são estimativas de mercado dos proponentes e podem mudar conforme licenciamento, financiamento, cadeia de fornecedores e condições de mercado.


Gargalos para sair do papel

  • Licenciamento ambiental: conclusão do rito e cumprimento de condicionantes.

  • Energia e água: garantias de lastro renovável, eficiência hídrica e tratamento de efluentes compatíveis com a escala.

  • Logística: Porto do Itaqui e conexões rodoviárias/ferroviárias precisam comportar insumos e escoamento.

  • Mão de obra: capacitação local para evitar importação massiva de trabalhadores.

  • Governança: transparência em monitoramento ambiental e participação social permanente.


Linha do tempo e próximos passos

  • Audiência pública realizada com apresentação do EIA/Rima (Bacabeira).

  • Anúncios empresariais vêm sendo alinhados ao cronograma pretendido da ZPE.

  • Parecer técnico e eventual licença definirão se e como o empreendimento pode avançar.

  • Operação: projeções mais otimistas falam em início até 2026, condicionado ao licenciamento e a decisões de investimento.


Em resumo

A ZPE de Bacabeira reúne promessas bilionárias e potencial de empregos, mas terá de responder a questões ambientais e de infraestrutura antes de transformar projeções em canteiro de obras.

O desfecho depende da qualidade das medidas de mitigação, da fiscalização e da capacidade de equilibrar crescimento e proteção dos recursos que sustentam a região.

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