Por Patrícia Bogéa de Matos, fisioterapeuta, Esp. Microfisioterapia, Leitura Biológica, Terapia Manual, Terapia Cranio Sacral e Psych-k
Na sociedade moderna, marcada pelo ritmo acelerado e pela busca constante por controle, desenvolver o afeto tem se tornado um desafio cada vez maior. A pressa em obter resultados e o desejo de controlar situações acabam reduzindo a capacidade de vivenciar as experiências de maneira autêntica, natural e afetuosa.
Esse padrão pode contribuir para atitudes impulsivas, relações de dominância e fragilidade no cuidado consigo e no respeito ao outro. A falta de espaço para a sensibilidade e para o vínculo emocional afeta diretamente a qualidade das relações e o equilíbrio interno dos indivíduos.
Quando o compromisso nas relações é construído com base no afeto, as conexões tendem a se fortalecer, ultrapassando a ideia de apego e posse. Esse tipo de vínculo se transforma em uma experiência de crescimento e aprendizado, capaz de promover convivências mais harmônicas e equilibradas.
Entretanto, o desenvolvimento do afeto exige atenção e discernimento. Desejos e expectativas – aspectos naturais da condição humana -, quando não compreendidos, podem dar origem a comportamentos abusivos ou dependentes. Em muitos casos, essa carência afetiva está relacionada a traumas vividos na infância, quando o afeto foi reprimido ou negado, resultando em uma busca inconsciente por suprir essa falta nas relações adultas.
A conscientização sobre esse fenômeno é o primeiro passo. Reconhecer padrões, aceitar as experiências vividas e investir no autocuidado são caminhos fundamentais para nutrir relações mais saudáveis. O processo de amadurecimento emocional envolve, sobretudo, o comprometimento em ser gentil e afetuoso – consigo e com o outro -, independentemente das circunstâncias.