O avanço dos serviços financeiros digitais, que tornou simples a contratação de empréstimos e financiamentos sem sair de casa, também abriu espaço para um aumento expressivo de golpes disfarçados de ofertas legítimas. Só no primeiro semestre de 2025, mais de 6,4 milhões de tentativas de fraude foram registradas no Brasil, segundo dados da Serasa Experian. As fraudes digitais cresceram especialmente entre os jovens de até 25 anos, com alta de 50% no período, impulsionadas por armadilhas relacionadas a crédito fácil e transferências via Pix.
Especialistas alertam que as quadrilhas estão cada vez mais sofisticadas na criação de sites falsos, perfis em redes sociais e até aplicativos que simulam plataformas oficiais. Além das perdas financeiras, as vítimas têm seus dados pessoais expostos, o que facilita a prática de outros crimes. “Os golpes de crédito online estão evoluindo rapidamente. Criminosos usam informações roubadas para abrir contas, solicitar empréstimos e praticar novas fraudes. A orientação é nunca enviar selfies com documentos e, em caso de fraude, bloquear imediatamente cartões e contas, registrar um boletim de ocorrência e denunciar ao Banco Central”, explica Willian Conzatti, sócio-fundador da ConCrédito.
As fraudes seguem padrões comuns, e a identificação precoce pode evitar prejuízos. Promessas de “crédito garantido” sem análise de CPF ou score são um dos sinais mais claros de golpe, já que nenhuma instituição financeira séria aprova empréstimos sem verificar a situação do cliente. Outro alerta importante são as cobranças antecipadas de taxas ou seguros antes da liberação do dinheiro — prática ilegal usada para convencer vítimas a transferir valores sob nomes como “tarifa de liberação” ou “depósito garantidor”.
Links falsos e sites que imitam páginas de bancos e financeiras também estão entre os métodos mais utilizados. Antes de fornecer dados, é essencial confirmar se o endereço eletrônico é o oficial e procurar o cadeado de segurança no navegador. Ofertas enviadas por WhatsApp ou mensagens diretas em redes sociais, muitas vezes com pressão para decisão imediata, completam o padrão dos golpes. Especialistas lembram que empresas legítimas não fazem ofertas ativas por mensagens e que condições reais não expiram em poucas horas, ao contrário do que afirmam os golpistas.