Nariz entupido, tosse e sensação de garganta carregada são sintomas comuns entre quem vive em regiões quentes e úmidas. O que poucos sabem é que o leite de vaca e seus derivados podem contribuir para a piora desses quadros em pessoas sensíveis.
Segundo o médico de família e comunidade Evandro Rios Soté, coordenador do curso de Medicina do IDOMED, há relação entre o consumo de leite e o agravamento de doenças respiratórias como rinite, sinusite e bronquite. “Na minha prática, leite de vaca e derivados tendem a ser mucogênicos, ou seja, aumentam o catarro e espessam as secreções, e, podem piorar sintomas respiratórios. Por isso, costumo evitar leite de vaca em quadros recorrentes”, explica.
O médico ressalta que é importante diferenciar alergia à proteína do leite de intolerância à lactose. “A alergia é uma reação imunológica que pode afetar vias aéreas, pele e intestino. Já quando a intolerância é digestiva, causa gases, dor e diarreia, e não está ligada a sintomas respiratórios. Se a pessoa for sensível ao leite de vaca, esses fatores se somam e eu frequentemente observo piora da evolução clínica”, afirma o Dr. Evandro.
Entre as orientações, o médico destaca ajustes no ambiente e na alimentação: manter a casa ventilada, limpar filtros de ar-condicionado e corrigir infiltrações e mofo. “Controlar o ambiente é tão importante quanto ajustar a alimentação. Em dias ruins, recomendo também a higiene nasal com soro fisiológico”, acrescenta.
Para quem sofre com alergias respiratórias, a dica é testar a retirada do leite de vaca por algumas semanas. “Oriento eliminar totalmente o leite e seus derivados por quatro a oito semanas e observar os sintomas. Se houver melhora, mantenho as substituições”, explica.
Entre as alternativas, ele recomenda leite de coco natural ou bebidas vegetais de amêndoas, castanha-do-pará ou inhame. “O leite de vaca foi feito para bovinos. O ser humano é o único que consome, rotineiramente, leite de outra espécie na vida adulta. Substituir o leite de vaca por leite de coco é, para mim, a melhor escolha prática do dia a dia”, conclui o médico