Publicidade
Carregando anúncio...

Governo prepara leilão de ferrovia ligando Açailândia a Bacarena (PA)

Oito concessões ferroviárias serão ofertadas até 2027, com investimentos robustos e foco na integração entre polos produtivos e grandes portos

Fonte: Da redação

O Governo Federal prepara um programa de leilão de oito ferrovias até 2027, que inclue a ligação entre Açailândia e Bacarena (PA), com 530 km. Além disso, está nos planos do Governo, um trecho ferroviário de passageiros que vai ligar São Luís à Itapecuru-Mirim.

O primeiro projeto do calendário é o Anel Ferroviário Sudeste, conhecido como EF-118, que terá edital previsto para março de 2026 e leilão programado para junho. Trata-se de uma ferrovia nova, com 245,95 quilômetros em sua fase obrigatória, entre São João da Barra, no norte do Rio de Janeiro, e Santa Leopoldina, no Espírito Santo. Uma segunda etapa, entre Nova Iguaçu e São João da Barra, poderá ser ativada posteriormente pelo governo. O investimento estimado é de R$ 6,6 bilhões, e a movimentação anual prevista é de até 24 milhões de toneladas.

Logo em seguida, o governo agendou a concessão da Malha Oeste, um dos trechos mais extensos do programa, com 1.593 quilômetros entre Corumbá, no Mato Grosso do Sul, e Mairinque, em São Paulo. O edital está previsto para abril de 2026 e o leilão para julho. A ferrovia, hoje quase inoperante, exige uma reestruturação completa estimada em cerca de R$ 35,7 bilhões. Integrada ao futuro corredor bioceânico até Antofagasta, no Chile, a malha deve ampliar a capacidade de transporte de produtos como grãos, celulose e combustíveis, além de reforçar a conexão com o porto de Santos e com os portos do Sudeste por meio do Ferroanel.

Outro projeto programado é o Corredor Leste–Oeste, conhecido como Fico-Fiol, que deverá ter edital publicado em maio de 2026 e leilão em agosto. A concessão possui 1.647 quilômetros e conecta Caetité, na Bahia, a Água Boa, no Mato Grosso. A rota é considerada estratégica para o escoamento de soja, milho, grãos diversos e granéis líquidos, com investimento estimado em R$ 41,85 bilhões.

Um dos empreendimentos mais discutidos dos últimos anos, a Ferrogrão, aparece na lista com edital previsto para junho de 2026 e leilão marcado para setembro. A ferrovia terá 933 quilômetros construídos entre Itaituba, no Pará, e Sinop, no Mato Grosso, demandando aporte de R$ 33,3 bilhões. Projetada para transportar até 66 milhões de toneladas por ano pelo Arco Norte, a Ferrogrão aguarda uma decisão do Supremo Tribunal Federal sobre seu traçado.

A Malha Sul será oferecida em três trechos independentes com editais previstos para setembro de 2026 e leilões programados para dezembro. O primeiro segmento conecta Paraná e Santa Catarina, com 1.502 quilômetros de extensão e investimento de R$ 4,7 bilhões, além de custos operacionais estimados em R$ 80 bilhões ao longo da concessão de 35 anos. O segundo trecho, denominado Corredor Rio Grande, abrange 880 quilômetros entre Cruz Alta e o porto de Rio Grande, reunindo cargas como grãos, fertilizantes e combustíveis, com previsão de investimento de R$ 2,8 bilhões e despesas operacionais próximas de R$ 10 bilhões. O terceiro trecho, chamado Corredor Mercosul, soma 1.847 quilômetros entre Iperó, em São Paulo, e Uruguaiana, na fronteira com a Argentina, com aporte de R$ 4,8 bilhões, incluindo R$ 3 bilhões destinados à reconstrução de segmentos no Rio Grande do Sul atingidos por eventos climáticos em 2024.

O último projeto do pacote principal é a extensão norte da Ferrovia Norte–Sul, que será o único leilão previsto para 2027. O edital deve ser publicado em fevereiro e o leilão em maio daquele ano, envolvendo 530 quilômetros entre Açailândia, no Maranhão, e Barcarena, no Pará. A intenção é criar uma nova rota para o porto de Vila do Conde, reduzindo a dependência da Estrada de Ferro Carajás, administrada pela Vale. O investimento previsto é de R$ 10 bilhões, somados a cerca de R$ 28 bilhões em operação e manutenção ao longo da concessão.

Além dos projetos de carga, a lista apresentada pelo governo inclui seis propostas voltadas ao transporte de passageiros. Esses trechos conectam Salvador a Feira de Santana, Fortaleza a Sobral, Brasília a Luziânia, São Luís a Itapecuru Mirim, Londrina a Maringá e Pelotas a Rio Grande, compondo alternativas de mobilidade regional em diferentes estados.

Há ainda um conjunto de segmentos ferroviários que será ofertado por meio de chamamento público, formato distinto do modelo tradicional de leilão. Nesse caso, o foco está em trechos de concessões antigas que permanecem abandonados ou sem movimentação comercial significativa nos últimos dois anos. O projeto selecionado para essa modalidade é o Corredor Minas–Rio, com 738 quilômetros entre Arcos, Varginha e Angra dos Reis, cujo edital está previsto para janeiro de 2026 e leilão estimado para abril. A concessão poderá ter prazo de até 99 anos, de acordo com a proposta apresentada pelo Ministério dos Transportes.

O avanço desse pacote dependerá da capacidade operacional da ANTT para analisar e estruturar os projetos, além da atuação do Tribunal de Contas da União, que precisa validar os editais. Parte significativa dos processos já está em etapa avançada nos dois órgãos, permitindo que o governo mantenha o cronograma anunciado para os próximos anos.

Publicidade
Carregando anúncio...
Fechar