
A segunda fase da Operação Laverna foi deflagrada nesta sexta-feira, 21, em Parnaíba, pela Polícia Civil e pela Polícia Militar do Piauí, com o cumprimento de medidas judiciais direcionadas a influenciadores digitais investigados por participação em esquemas de apostas ilegais e rifas divulgadas como ações beneficentes. A operação ocorre após o avanço de apurações iniciadas ainda na primeira etapa, que identificou movimentações financeiras atípicas e ganhos expressivos ligados à divulgação do chamado Jogo do Tigrinho e de outras práticas não autorizadas.
As investigações apontam que perfis com grande alcance nas redes sociais foram utilizados para atrair seguidores a plataformas de apostas online. Entre os alvos estão Sarah Brenna e seu marido, além do influenciador conhecido como Júnior Mídia. Segundo a polícia, parte dos conteúdos publicados sugeria ganhos altos e imediatos, com vídeos de resultados simulados, demonstrações de lucros e sorteios divulgados como forma de engajamento, sem comprovação de premiação efetiva.
De acordo com dados levantados pelos investigadores, os valores bloqueados judicialmente revelam o volume de recursos que teria circulado entre os envolvidos. Cerca de R$ 1,3 milhão foi identificado em nome de Sarah Brenna, enquanto o marido dela teria movimentado R$ 1,6 milhão. Já as contas associadas a Júnior Mídia somaram aproximadamente R$ 1,1 milhão, composto majoritariamente por pequenos depósitos feitos por milhares de pessoas, o que, segundo a polícia, é um padrão comum em rifas clandestinas.
Além desses nomes, outros investigados também apresentaram movimentações incompatíveis com rendimentos formais declarados, indicando possível ocultação de patrimônio e dissimulação de valores. A polícia afirma que esse conjunto de indícios reforça a hipótese de atividades ligadas a estelionato, lavagem de dinheiro, loteria não autorizada e propaganda enganosa.
Os investigadores destacam ainda que parte das rifas divulgadas como ações beneficentes não teria comprovação de destinação dos recursos para as causas mencionadas. No caso de Júnior Mídia, a apuração aponta que anúncios voltados à arrecadação de fundos não tinham lastro documental que confirmasse a finalidade indicada nas publicações.
O delegado Ayslan Magalhães afirmou que a operação integra um esforço contínuo de combate a crimes digitais que utilizam a internet como ferramenta de disseminação de golpes. Ele destacou que o uso de redes sociais para promover atividades irregulares amplia o alcance das práticas investigadas e exige ações coordenadas de repressão. As diligências continuam em andamento para aprofundar a análise das movimentações financeiras e do material apreendido.