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Adolescente foge após dois anos em cárcere e mãe é presa por tortura

Vítima relatou agressões, queimaduras com cigarro, pauladas e privação de comida e banho.

Fonte: Com informações de Eliane Barros, g1 Goiás

A vítima estava magra e debilitada (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

A Polícia Militar prendeu, na sexta-feira (21), três adultos suspeitos de manter uma adolescente de 16 anos trancada dentro de casa por dois anos, no Setor Leste Vila Nova, em Goiânia. A vítima conseguiu escapar durante a madrugada, pediu ajuda a uma mulher na rua e acionou o pai, que chamou a polícia. Os suspeitos — a mãe da adolescente, o marido dela e outra mulher com quem ambos conviviam — foram detidos em flagrante pelo Tático Ostensivo Rodoviário (TOR).

A jovem, que é natural de Novo Gama (GO), havia se mudado para a capital com a mãe há dois anos, após a separação dos pais. Segundo a polícia, além dos três adultos, uma criança de oito anos, filha da terceira mulher presa, também vivia no imóvel onde os abusos ocorreram. A Delegacia Estadual da Mulher (DEAM) realizou o flagrante, mas o caso será investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), que deve assumir o procedimento nesta segunda-feira (24).

A adolescente passou por exames no Instituto Médico Legal e está sob os cuidados do pai. Em entrevista à TV Anhanguera, relatou que dormiu em uma cama pela primeira vez em anos e recebeu um celular para se comunicar.

Relato de tortura e privação

No Boletim de Ocorrência, a jovem descreveu um cenário de violência física e psicológica. Ela afirmou ter sido agredida com cabos elétricos, pedaços de madeira e tubos de PVC, além de ter marcas de queimaduras de cigarro pelo corpo. Imagens encontradas no celular da mãe comprovam lesões antigas e recentes, segundo a Polícia Civil.

A adolescente também relatou que era proibida de tomar banho e frequentemente ficava dias sem comer. Não soube dizer quando havia feito sua última refeição completa, nem lembrar a última vez em que comeu uma fruta durante os dois anos em que permaneceu confinada. Os agressores, segundo ela, inventavam que a avó paterna havia morrido e repetiam que ela “merecia apanhar” por ser “uma pessoa ruim”.

Os três suspeitos permanecem detidos, e a polícia aguarda a continuidade das investigações para definir as tipificações criminais, que podem incluir tortura, cárcere privado e lesão corporal.

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