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Menino de 6 anos morre após receber dose incorreta de adrenalina em hospital

Família afirma que medicamento foi aplicado por via intravenosa e em quantidade incompatível com o quadro clínico.

Fonte: Com informações de Patrick Marques, g1 AM — Manaus
Benício Xavier de Freitas faleceu em hospital (Foto: Arquivo pessoal)

A morte de Benício Xavier de Freitas, de apenas 6 anos, está sendo investigada pela Polícia Civil do Amazonas após os pais denunciarem que o menino recebeu uma dosagem incorreta de adrenalina aplicada por via intravenosa no Hospital Santa Júlia, em Manaus. O caso ocorreu entre sábado (23) e a madrugada de domingo (24).

Segundo o pai, Bruno Freitas, a criança foi levada ao hospital com tosse seca e suspeita de laringite. Ele afirma que a médica responsável prescreveu lavagem nasal, soro, xarope e três doses de adrenalina intravenosa — 3 ml a cada 30 minutos, algo que a família estranhou de imediato.

A técnica de enfermagem chegou a confirmar aos pais que nunca havia aplicado adrenalina pela veia, mas seguiria a prescrição. Após a aplicação da primeira dose, o menino sofreu uma piora súbita e dramática.


Reação imediata e agravamento do quadro

De acordo com o pai, Benício apresentou alterações graves logo após a primeira dose de adrenalina:

“Ele empalideceu na hora, ficou branco, os pés amarelaram. Ele se contorceu e disse: ‘Mãe, meu coração está queimando’.”

A equipe encaminhou a criança à sala vermelha, onde a oxigenação caiu para cerca de 75%. Minutos depois, foi solicitado um leito de UTI, e a criança acabou sendo transferida no início da noite de sábado.

Na UTI, o quadro se deteriorou rapidamente. Benício foi intubado por volta das 23h e sofreu três paradas cardíacas durante o procedimento. Segundo o pai, houve sangramento porque o menino vomitou no momento da intubação.

Mesmo após retornar múltiplas vezes dos episódios de parada cardíaca — o pai conta ter presenciado seis ao todo —, o quadro seguia extremamente instável.


Morte, denúncia e pedido de justiça

Depois de sucessivas tentativas de reanimação, Benício não resistiu e morreu às 2h55 de domingo (24). A família afirma que a médica reconheceu falhas:

“Ela disse que foi erro de sistema e erro da enfermagem. Mas tudo estava prescrito por ela. A dosagem estava escrita.”

Os pais alegam que a dose aplicada seria utilizada para casos críticos, como infarto, e totalmente incompatível com o quadro simples de tosse seca que motivou a ida ao hospital.

A família registrou Boletim de Ocorrência e prestou depoimento no 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP). Eles exigem que a morte seja apurada com rigor.

“Queremos justiça pelo Benício. Não desejamos essa dor para ninguém.”


O que diz o hospital

Em nota, o Hospital Santa Júlia informou que instaurou uma análise técnica detalhada de todas as etapas do atendimento, conduzida pela Comissão de Óbito e Segurança do Paciente, e afirmou estar à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários.

A Polícia Civil segue investigando o caso como possível erro médico.

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