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Às pressas, Braide libera emenda de R$ 300 mil para Paulo Victor em meio a embate com a Câmara

Pagamento realizado quase à meia-noite ocorre após pressão judicial e acusações de descumprimento da lei remuneratória.

Fonte: Redação / O Informante

Emenda de Paulo Victor paga pelo prefeito Eduardo Braide estava pendente desde o mês de setembro (Foto: Divulgação)

A disputa entre o prefeito Eduardo Braide e a Câmara Municipal de São Luís ganhou novo contorno após a liberação, na noite desta sexta-feira (5), de uma emenda parlamentar de R$ 300 mil destinada pelo presidente da Casa, vereador Paulo Victor, ao Clube de Mães Organização do Saber, na Cidade Olímpica. O repasse, parado desde setembro, foi autorizado quase à meia-noite em um gesto considerado incomum e carregado de significado político.

Informações apuradas indicam que um servidor da Secretaria Municipal da Fazenda teria sido mantido de plantão exclusivamente para processar a liberação da emenda — um movimento que, pela urgência e pelo horário, chamou a atenção de vereadores e quadros da administração municipal.

A decisão surge num momento de tensão máxima entre os poderes. A representação que pede a cassação do mandato de Braide — que o prefeito atribuiu aos vereadores — foi, na verdade, protocolada por dois servidores aposentados, de mais de 75 anos, que alegam prejuízos superiores a 30% em seus vencimentos. Eles afirmam que a gestão municipal desrespeita a legislação e diversas decisões judiciais que garantem o pagamento adequado dos subsídios.

O conflito se intensificou após auditores do Controle Interno notificarem formalmente a Câmara sobre o descumprimento da Lei Municipal nº 7.729/2025, enviando ao Executivo documentos que incluem seis decisões judiciais, entre elas mandado de segurança e decisões do STF e TJMA, determinando que a Prefeitura cumpra a norma remuneratória.

Relatos nos bastidores apontam que representantes do prefeito tentaram convencer vereadores a revogar a lei, oferecendo como contrapartida o pagamento das emendas parlamentares, que seguem acumuladas. Nesse contexto, a liberação da emenda destinada a Paulo Victor — que poderia ter ocorrido ainda em setembro — foi interpretada como um gesto estratégico, voltado a influenciar o presidente da Casa às vésperas de novas discussões sobre o processo de cassação.

O episódio evidencia o agravamento da crise política em São Luís, marcada por pressões judiciais, articulações intensas e uma disputa aberta entre Executivo e Legislativo.

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