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Brasileiro de 15 anos faz história ao vencer o mundial de parasurf

Conheça a história de Davi Lima, brasileiro de 15 anos que se sagrou campeão mundial de parasurf na Califórnia]

Fonte: Assessoria

O Brasil vem se destacando cada vez mais no surfe nos últimos anos, inclusive no surfe feminino, paralímpico e jovem. E agora, o cenário esportivo brasileiro celebra uma conquista histórica: Davi Lima, um jovem de apenas 15 anos nascido em Natal, no Rio Grande do Norte, sagrou-se campeão mundial de parasurf nas ondas da Califórnia, nos Estados Unidos


O brasileiro somou 14,43 na final, superando Ant Smyth (13,97), da África do Sul, e Saguru Nada (6,57), do Japão. A vitória não apenas coroa o talento excepcional do adolescente, mas também projeta o Brasil como uma potência emergente no esporte. 

Pipeline do parasurf no Brasil: acesso, treino e clubes

A trajetória do potiguar Davi Lima reflete a evolução da estrutura do parasurf nacional, que vem se organizando de forma mais profissional nos últimos anos, apesar das dificuldades financeiras da categoria.


Morador de Mãe Luiza, bairro carente da Zona Leste de Natal, Lima contou com ajuda de outros atletas para conseguir viajar para o Mundial.


O surfista nasceu com uma malformação no braço esquerdo. Ele se tornou cedo uma revelação do esporte, tornando-se campeão brasileiro na categoria PS-S 1, dedicada a atletas com deficiência em membro superior.

Estruturação e acesso

O parasurf brasileiro conta com clubes e associações especializadas, principalmente em estados costeiros como Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Norte.

Os centros oferecem não apenas estrutura física adaptada, mas também treinadores qualificados em surf adaptado, equipamentos especiais e metodologias de ensino específicas para cada tipo de deficiência. O acesso ainda enfrenta desafios, mas programas sociais e parcerias com federações têm ampliado o alcance do esporte.

Processo de formação

O caminho do paratleta inicia-se geralmente em projetos sociais ou por indicação de instituições que trabalham com pessoas com deficiência. A partir daí, os atletas passam por avaliações funcionais para determinar sua classificação esportiva e recebem orientação sobre equipamentos adaptados, como pranchas específicas e dispositivos de segurança. 

Como funcionam as competições: classes e julgamento

O parasurf segue regulamentação específica da International Surfing Association (ISA), que organiza os campeonatos mundiais da modalidade. O sistema de classificação garante a igualdade competitiva entre atletas com diferentes tipos de deficiência.

Sistema de classificação

Os atletas são divididos em classes de acordo com seu comprometimento funcional:

  • Atletas que surfam ajoelhados ou deitados na prancha
  • Atletas com deficiência nos membros inferiores que surfam em pé (caso de Davi Lima)
  • Atletas com deficiência nos membros superiores
  • Atletas com deficiência visual
    Cada classe possui critérios específicos de avaliação, sempre considerando a adaptação necessária e o desempenho dentro das possibilidades de cada atleta.

Critérios de julgamento

As baterias são julgadas por uma comissão técnica que avalia:

  • Grau de dificuldade das manobras realizadas
  • Inovação e criatividade nas adaptações
  • Construção de onda e aproveitamento do swell
  • Controle e velocidade na execução
    Cada onda surfada recebe uma nota, sendo consideradas as duas melhores de cada atleta.

Mulheres no parasurf: barreiras e avanços de inclusão

A participação feminina no parasurf enfrenta o que especialistas chamam de “dupla discriminação”: o preconceito por ser mulher e por ter deficiência. Dados do Ministério do Esporte mostram que as mulheres representam apenas cerca de 30% dos paratletas no Brasil.

Desafios de gênero

As mulheres com deficiência encontram barreiras adicionais para a prática esportiva, que incluem:

  • Falta de equipamentos adaptados específicos para o corpo feminino
  • Escassez de treinadoras mulheres especializadas em surf adaptado
  • Dupla jornada de trabalho (profissional e cuidados domésticos)
  • Estereótipos sociais que desencorajam a prática de esportes radicais por mulheres com deficiência

Da base ao topo: calendários e caminhos de progressão

A carreira de um paratleta de parasurf segue uma trajetória que vai das competições locais até o cenário internacional, com etapas definidas de desenvolvimento, ainda que os Jogos Paralímpicos não incluam a categoria na disputa.

Etapas de desenvolvimento

  1. Circuitos estaduais e regionais
  2. Campeonato Brasileiro de Parasurf
  3. Seletivas para o Mundial
  4. Circuito Mundial de Parasurf
  5. Jogos Paralímpicos (em processo de inclusão)

Próximos passos: estrutura, visibilidade e apoio contínuo

O título mundial do jovem brasileiro abre novas perspectivas para o parasurf nacional, mas também evidencia necessidades estruturais para consolidar o crescimento da modalidade.

Fortalecimento institucional

Entre as prioridades para os próximos anos estão:

  • Criação de mais centros de excelência em parasurf
  • Ampliação do programa de bolsas-atleta
  • Desenvolvimento de tecnologia nacional para equipamentos adaptados
  • Inclusão do parasurf nos programas escolares de educação física adaptada

Visibilidade e apoio

A conquista do título mundial vem em um momento crucial para o esporte paralímpico brasileiro. O aumento da cobertura midiática, patrocínios corporativos e a possibilidade de inclusão da modalidade em futuros Jogos Paralímpicos podem alavancar recursos e atrair novos talentos. 

A repercussão de conquistas como esta tem ampliado a visibilidade do parasurf, atraindo inclusive o interesse de esportes em plataformas com bônus, que começam a incluir modalidades paralímpicas em suas opções de apostas. Jogue com responsabilidade.

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