
A situação econômica dos Correios se agravou de forma inédita. Em reunião realizada na quinta-feira (11) com entidades sindicais, no Tribunal Superior do Trabalho (TST), dirigentes da empresa revelaram que não há recursos suficientes para quitar a segunda parcela do 13º salário dos trabalhadores.
O superintendente-executivo de Gestão de Pessoas, Alexandre Martins Vidor, foi direto ao expor o cenário crítico:
— Nós não teremos recurso para pagamento de décimo terceiro salário — afirmou, em vídeo que circula entre funcionários.
A preocupação se estende à folha de pagamento regular. A diretora de Gestão de Pessoas, Natália Teles da Mota, declarou que a empresa não dispõe do valor necessário para arcar com os salários de dezembro, estimados em mais de R$ 1 bilhão.
— Eu tenho uma folha em dezembro que supera R$ 1 bilhão, que eu não tenho como pagar — disse.
Apesar da gravidade, os Correios afirmaram ao g1 que não há suspensão de obrigações trabalhistas no momento e que seguem em negociações relativas ao Plano de Reestruturação e ao Acordo Coletivo de Trabalho.
Rombo bilionário pressiona governo por solução
Os Correios acumulam R$ 6 bilhões de prejuízo apenas em 2025, até setembro, e já somam 13 trimestres consecutivos no vermelho — uma sequência que evidencia a necessidade de intervenção externa.
O governo federal busca alternativas para evitar a interrupção das atividades essenciais da estatal, incluindo empréstimo com garantia do Tesouro Nacional e um possível aporte direto de recursos públicos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu que a medida está em avaliação:
— Estamos pensando em fazer aporte, se necessário. Temos margem neste ano e poderíamos fazer.
Se a estratégia for a injeção direta de capital público, será preciso aprovar um projeto de lei no Congresso.
Categoria aguarda posicionamento e teme atraso em dezembro
Até o momento, as federações Fentect e Findect, presentes no encontro no TST, ainda não divulgaram notas oficiais sobre o caso. Com o prazo legal para pagamento da segunda parcela do 13º se aproximando — 19 de dezembro —, cresce a apreensão entre trabalhadores de todo o país.
Em nota, a estatal reforçou:
“Nesse momento, não há suspensão de qualquer obrigação trabalhista. Os Correios seguem tratando o tema com responsabilidade institucional.”