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Missão SPACEWARD entra na fase final antes de lançamento histórico no Maranhão

Alcântara volta a receber lançamento orbital mais de 20 anos após tentativa do VLS

Fonte: Da redação

O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, entrou nesta segunda-feira na fase final de preparação para o primeiro lançamento comercial de um veículo orbital a partir do território brasileiro. A missão SPACEWARD marca a retomada das atividades orbitais no país após mais de duas décadas e tem lançamento previsto para esta quarta-feira, às 15h45, com janela aberta até 22 de dezembro, caso haja impedimentos técnicos ou meteorológicos.

O foguete HANBIT-Nano, desenvolvido pela startup sul-coreana Innospace, já está posicionado na plataforma de lançamento. A operação envolve uma atuação conjunta de equipes brasileiras e sul-coreanas, com participação direta da Força Aérea Brasileira (FAB), da Agência Espacial Brasileira (AEB) e de especialistas contratados pela empresa estrangeira.

Cerca de 500 profissionais foram mobilizados ao longo das últimas semanas para as etapas críticas da missão. Entre os procedimentos realizados estão a elevação e o posicionamento do foguete, a conexão dos sistemas de propelentes, energia, dados e instrumentação, além de testes elétricos e hidráulicos, verificação de vazamentos, checagem de válvulas de isolamento e a revisão final integrada, que considera as condições climáticas e a prontidão técnica do veículo.

A missão representa o primeiro lançamento orbital a partir de Alcântara desde 2003, quando uma tentativa com o Veículo Lançador de Satélites (VLS) terminou em um acidente que resultou na morte de 21 profissionais. Desde então, o centro passou por uma reestruturação operacional e institucional, visando atender padrões internacionais de segurança e atratividade comercial.

O HANBIT-Nano levará ao espaço um conjunto de cinco satélites e três dispositivos tecnológicos desenvolvidos por instituições brasileiras e indianas, voltados a pesquisas científicas e validação de tecnologias. Entre os projetos embarcados estão o Jussara-K, da Universidade Federal do Maranhão, destinado à coleta de dados ambientais em áreas remotas, e os satélites FloripaSat-2A e 2B, da Universidade Federal de Santa Catarina, que testarão um novo sistema de comunicação em órbita.

A carga útil inclui ainda o PION-BR2, projeto educacional que levará mensagens de estudantes da rede pública de Alcântara ao espaço, e o SNI-GNSS, desenvolvido pela AEB em parceria com empresas privadas, para medir velocidade, posição e altitude do foguete, com aplicações potenciais em setores como transporte e navegação. Completa a lista o SolaraS-S2, da empresa indiana Grahaa Space, que monitora fenômenos solares com impacto sobre sistemas de comunicação na Terra, além de um Sistema de Navegação Inercial voltado à validação de algoritmos para futuras missões espaciais.

Um segundo dispositivo da empresa Castro Leite Consultoria também integra a missão, mas seus dados técnicos não foram divulgados à FAB a pedido do fabricante. A expectativa das autoridades envolvidas é que o lançamento consolide Alcântara como uma base competitiva no mercado internacional de lançamentos orbitais de pequeno porte.

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