A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (19) uma operação para cumprir mandados de busca e apreensão contra os deputados federais Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy, ambos do PL do Rio de Janeiro. A ação foi autorizada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, e tem como objetivo aprofundar investigações sobre supostos desvios de recursos públicos vinculados à cota parlamentar.
Ao todo, foram expedidos sete mandados, cumpridos em endereços no Distrito Federal e no Rio de Janeiro. As diligências não ocorreram nos gabinetes parlamentares dos deputados em Brasília. Em um endereço ligado a Sóstenes Cavalcante, os agentes apreenderam R$ 430 mil em dinheiro em espécie, segundo a corporação.
De acordo com a Polícia Federal, as investigações indicam que agentes políticos, servidores comissionados e particulares teriam atuado de forma coordenada para o desvio e a posterior ocultação de verbas públicas. A cota parlamentar é destinada ao custeio de despesas relacionadas ao exercício do mandato, como aluguel de escritórios, passagens aéreas e locação de veículos.
Carlos Jordy divulgou um vídeo nas redes sociais em que criticou a operação. Segundo ele, a investigação aponta a suspeita de desvio de recursos da cota parlamentar por meio de contratos com uma empresa de aluguel de veículos utilizada desde o início de seu primeiro mandato. Jordy afirmou que a mesma empresa também presta serviços ao deputado Sóstenes Cavalcante e contestou a justificativa apresentada para a ação.
Líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante tem adotado posicionamentos públicos críticos ao Supremo Tribunal Federal nos últimos dias. Procurado pela reportagem, o parlamentar ainda não havia se manifestado até a publicação desta matéria.
Esta é a segunda operação da Polícia Federal contra parlamentares autorizada por Flávio Dino nesta semana. Na terça-feira (16), a corporação cumpriu mandados de busca e apreensão contra o deputado federal Antônio Leocádio dos Santos, conhecido como Antônio Doido (MDB-PA), em investigação relacionada a suspeitas de desvio de recursos públicos por meio de fraudes em licitações.