
O Maranhão aparece entre os estados brasileiros com menores taxas de internações e óbitos atribuíveis ao consumo de álcool, de acordo com o relatório Álcool e a Saúde dos Brasileiros: Panorama 2025, elaborado pelo CISA – Centro de Informações sobre Saúde e Álcool.
Ainda assim, o estudo ressalta que o impacto do uso nocivo da substância permanece relevante e exige atenção permanente das políticas públicas de saúde.
No recorte mais recente, os dados mostram que, em 2024, o Maranhão registrou taxa de 162,5 internações atribuíveis ao álcool por 100 mil habitantes, uma das menores do país. O indicador considera tanto internações totalmente relacionadas ao álcool quanto aquelas parcialmente atribuíveis, como acidentes de trânsito, quedas e outras causas externas associadas ao consumo.
Mortalidade também figura entre as mais baixas
Em relação aos óbitos, o levantamento aponta que, em 2023, a taxa maranhense foi de 31,0 mortes atribuíveis ao álcool por 100 mil habitantes. Esse resultado coloca o estado entre aqueles com menor impacto proporcional de mortalidade relacionada ao consumo de bebidas alcoólicas no Brasil, segundo a série histórica analisada pelo CISA
Apesar dos números mais favoráveis em comparação a outras unidades da federação, o relatório destaca que o álcool segue associado a uma parcela importante das internações hospitalares e mortes evitáveis no país. Nacionalmente, entre 2010 e 2024, o total de internações relacionadas ao álcool cresceu mais de 24%, impulsionado principalmente por causas parcialmente atribuíveis, que afetam diretamente os serviços de urgência e emergência.
Prevenção segue como desafio
Para especialistas, os dados do Maranhão indicam um cenário relativamente controlado, mas que não permite acomodação. O consumo nocivo de álcool está ligado a fatores sociais, culturais e econômicos, e tende a afetar de forma mais intensa populações vulneráveis, especialmente em regiões com menor acesso a informação, prevenção e serviços especializados de saúde.
O Panorama 2025 reforça que o monitoramento contínuo e a adoção de políticas baseadas em evidências são fundamentais para evitar o avanço desses indicadores. No Maranhão, o desafio é manter as taxas em patamares baixos, ampliar ações educativas e fortalecer a rede de atenção à saúde, prevenindo tanto o agravamento de doenças crônicas quanto ocorrências associadas ao consumo abusivo.
Mesmo com índices abaixo da média nacional, o relatório conclui que o impacto do álcool na saúde pública permanece significativo e requer estratégias permanentes de prevenção, cuidado e conscientização da população.