
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que as forças armadas americanas realizaram um ataque militar contra terroristas do Estado Islâmico (ISIS) na Nigéria na noite de Natal, quinta-feira (25). A ofensiva teve como alvo extremistas islâmicos acusados de perseguir, sequestrar e assassinar cristãos no país africano.
Segundo Trump, a operação foi uma resposta direta ao aumento dos massacres contra comunidades cristãs no noroeste da Nigéria.
“Os Estados Unidos lançaram um ataque poderoso e mortal contra a escória terrorista do ISIS no noroeste da Nigéria. Eu já havia avisado esses terroristas que, se não parassem com o massacre de cristãos, haveria consequências terríveis — e esta noite houve”, declarou o presidente em publicação na rede Truth Social.
Trump afirmou ainda que a ação foi conduzida com precisão pelas forças americanas:
“O Departamento de Guerra executou inúmeros ataques perfeitos, como só os Estados Unidos são capazes de fazer. Sob minha liderança, nosso país não permitirá que o terrorismo islâmico radical prospere. Que Deus abençoe nossas Forças Armadas. Feliz Natal a todos — inclusive aos terroristas mortos. Haverá muitos mais se o massacre de cristãos continuar.”
Dez mísseis atingiram alvos do ISIS em Sokoto
De acordo com o Pentágono, a operação envolveu o lançamento de dez mísseis a partir de um navio da Marinha dos EUA, posicionado no Golfo da Guiné. Os projéteis atingiram múltiplos alvos no estado de Sokoto, região próxima à fronteira com o Níger, onde grupos ligados ao Estado Islâmico atuam.
Trump ressaltou que os bombardeios foram executados pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos e autorizados oficialmente pelo governo nigeriano.
Governo da Nigéria confirma cooperação com os EUA
Nesta sexta-feira (26), o porta-voz das Forças Armadas da Nigéria, tenente-general Samaila Uba, confirmou a cooperação entre os dois países.
“As Forças Armadas da Nigéria, em colaboração com os Estados Unidos da América, realizaram com sucesso operações de ataque de precisão contra elementos estrangeiros identificados, vinculados ao Estado Islâmico, que operam no noroeste da Nigéria”, afirmou Uba em comunicado oficial.
Segundo ele, a operação foi baseada em informações de inteligência confiáveis e em planejamento estratégico cuidadoso, com o objetivo de enfraquecer a capacidade operacional dos terroristas e minimizar danos colaterais.
O Ministério das Relações Exteriores da Nigéria também divulgou nota afirmando que o país mantém uma cooperação estruturada em segurança com parceiros internacionais, incluindo os Estados Unidos, para combater o terrorismo e o extremismo violento.
Apelos internacionais por intervenção
A ofensiva americana ocorre após crescentes apelos internacionais por intervenção diante da escalada da violência contra cristãos no país. Em novembro, Trump já havia alertado que poderia agir militarmente caso o governo nigeriano não protegesse as comunidades cristãs.
Organizações cristãs, entidades de direitos humanos, líderes das igrejas católica e evangélica, políticos e personalidades públicas — incluindo a cantora Nicki Minaj e jogadores da NFL — pediram ações concretas contra os ataques.
Um dos episódios que mais repercutiu foi o vídeo de um pastor nigeriano clamando por socorro enquanto estava dentro de uma cova, durante o enterro de cristãos assassinados por extremistas islâmicos. As imagens viralizaram nas redes sociais e geraram comoção internacional.
Nigéria: um dos países mais perigosos do mundo para cristãos
Relatórios de organizações internacionais apontam que a Nigéria continua sendo um dos países mais perigosos do mundo para cristãos. A violência tem causado milhares de mortes, deslocamentos forçados e sequestros em massa.
Segundo a Sociedade Internacional para Liberdades Civis e Estado de Direito (Intersociety), entre 1º de janeiro e 10 de agosto deste ano, 7.800 cristãos foram detidos ou sequestrados por causa da fé no país.
Além disso, mais de 7 mil cristãos foram assassinados por extremistas islâmicos e terroristas fulani no mesmo período.
Dados da missão Portas Abertas revelam que, em 2024, 4.476 cristãos foram mortos no mundo por causa da fé, sendo 3.100 somente na Nigéria.
Grupos como Boko Haram, ISWAP e milícias fulani continuam intensificando ataques a vilarejos, igrejas e líderes cristãos, enquanto os sequestros para resgate aumentam de forma alarmante.
Atualmente, a Nigéria ocupa a 7ª posição no ranking da Portas Abertas entre os 50 países onde é mais difícil ser cristão.