
A empresa aeroespacial INNOSPACE divulgou novas informações sobre a interrupção do lançamento do foguete HANBIT-Nano, ocorrido no dia 22 de dezembro, no Centro Espacial de Alcântara, no Maranhão. Segundo a companhia sul-coreana, o encerramento antecipado da missão SPACEWARD foi realizado de forma controlada, sem vítimas ou danos às instalações.
De acordo com o comunicado, o HANBIT-Nano decolou às 22h13 e iniciou normalmente sua trajetória vertical. O motor híbrido do primeiro estágio — com empuxo na faixa de 25 toneladas — apresentou desempenho estável nos segundos iniciais do voo, configurando o primeiro registro mundial do funcionamento desse tipo de motor em um lançador comercial de médio a grande porte.
Cerca de 30 segundos após a decolagem, os sistemas de monitoramento identificaram uma anomalia. Durante a passagem por áreas de nuvens, houve perda de comunicação com o veículo, seguida por falhas estruturais que provocaram a separação dos estágios. Sem propulsão e controle de atitude, o foguete entrou em queda livre e se fragmentou dentro da zona de segurança previamente delimitada.
A INNOSPACE informou que o Sistema de Interrupção de Voo (FTS) foi acionado conforme protocolos internacionais e em coordenação com a Força Aérea Brasileira, responsável pela segurança do centro de lançamento. O procedimento resultou na detonação controlada do veículo no solo, evitando riscos à população e ao patrimônio.
A análise inicial está sendo realizada com base em dados de telemetria, rastreamento e registros visuais, em cooperação com técnicos brasileiros. A apuração oficial das causas do incidente ficará a cargo do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), órgão da FAB especializado em investigações aeronáuticas.
Segundo a empresa, as cargas úteis transportadas no voo estavam protegidas por seguros previamente contratados, e a falha não deve gerar impactos relevantes nos acordos comerciais nem na estratégia de longo prazo da companhia. Os destroços recuperados dentro da área de segurança serão utilizados para identificar a causa-raiz do problema e orientar melhorias técnicas no veículo lançador.
A INNOSPACE também confirmou que estuda uma nova tentativa de lançamento do HANBIT-Nano em 2025, utilizando janelas já reservadas no Centro Espacial de Alcântara. O cronograma, no entanto, só será definido após a conclusão da investigação e a implementação das correções necessárias.
Em declaração oficial, o CEO Soojong Kim reconheceu os desafios da indústria espacial e afirmou que os dados coletados no voo serão fundamentais para aumentar a confiabilidade do sistema. Ele também pediu desculpas aos clientes pela interrupção da missão e reforçou o compromisso da empresa com a segurança e o aprimoramento tecnológico.