A perícia particular contratada pela Backer confirmou ao GLOBO a presença do dietilenoglicol (DEG) nas amostras colhidas pela empresa.
— Até o momento, todos os resultados batem com os divulgados pela Polícia Civil —, informa Bruno Botelho, professor de departamento de química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especialista em controle de qualidade de cerveja. Ele trabalha a pedido da empresa, como informou a diretora de marketing Paula Lebbos em coletiva na manhã de hoje.
— O DEG estava na bebida do lote 1348 e no fluido de refrigeração do chiller — afirma Botelho, em referência aos lotes L1 1348 e L2 1348.
Segundo o professor, o fluido não entra em contato com a bebida durante a produção.
— Ele fica em uma serpentina posicionada ao redor do tanque da cerveja. Para que acontecesse um vazamento, era preciso haver uma rachadura em cada superfície e elas precisariam ser no mesmo lugar — explica.
Botelho ainda acrescenta que o fluido evapora ao longo do processo de produção da cerveja. Por isso, ele precisa ser reposto com frequência.
Desde o início das investigações, no último dia 9, a Backer afirma que trabalha com outra substância, o monoetileno.
O especialista informou que está trabalhando para determinar a concentração do dietileno nas amostras de cerveja. Os resultados devem sair até o fim da semana.
— Isso é fundamental para entender o efeito dele no organismo afirmou — disse ele.