Os sinais da falta de conservação em duas pontes, na capital maranhense, são visíveis por quem passa diariamente por esses lugares, deixando a todos bastante preocupados. Aparecem nas ferragens à mostra e em pedaços de concreto que se soltam facilmente da estrutura dos guarda-corpos da Ponte José Sarney ou do São Francisco, que liga a Avenida Beira-Mar e o bairro São Francisco; e da Ponte Governador Newton Bello, popularmente conhecida como Ponte do Ipase, que serve de acesso entre este bairro e a Avenida dos Franceses.
Os problemas foram constatados por uma equipe do Jornal Pequeno, que esteve nestes dois locais, na manhã dessa quarta-feira (29). Na avaliação do mecânico Jeremias Santos, que andava pelo espaço construído para pedestres, na ponte do Ipase, os problemas encontrados decorrem da falta de uma conservação adequada. A presença de vegetação, que é um dos sinais da manutenção precária, pode ser observada nesta estrutura. “Nesta ponte, observo, inclusive, a vegetação do mangue invadindo o guarda-corpo”, citou Jeremias.
“Nem é preciso ser engenheiro para saber que árvores não devem brotar de viadutos”, observou o motorista Raul Silva, acrescentando que as pontes, no entanto, podem resistir até 400 anos, se forem cuidadas de forma apropriada.
As situações observadas pela reportagem do Jornal Pequeno não parecem oferecer riscos de colapso estrutural iminente. Mas, se a manutenção for inadequada por um longo período, essa possibilidade existe. Tanto é que, a equipe de reportagem do JP esteve nas duas pontes no dia 27 de novembro de 2019, e ao retornar ontem, constatou que a situação está pior, os trechos danificados dos guarda-corpos aumentaram, e há mais barras de ferro e concretos soltos do que dois meses atrás.
Para o morador do bairro São Francisco Gilberto do Valle, os custos para a conservação de qualquer obra deveriam ser automaticamente previstos nos orçamentos públicos. “Sem a preservação, naturalmente os custos de recuperação do equipamento que se estragou serão muito maiores a longo prazo”, disse Gilberto do Valle.
PONTE DO SÃO FRANCISCO ESTÁ MAIS DETERIORADA
Das duas pontes, a que apresenta mais problemas é a do São Francisco. Por lá, as proteções e o piso do local por onde passam pedestres e ciclistas apresentam danos em sua estrutura. Os tubos de ferro utilizados como grades do guarda-corpo estão enferrujados por toda a sua extensão. Tanto na cabeceira quanto no meio da ponte, parte do guarda-corpo está destruída.
“A impressão que dá é que as autoridades se preocupam com a visibilidade de novos projetos. Preservar o que já existe não é prioridade por não dar voto. O gasto é irrisório”, opinou o motorista Renato Freitas.
“É tão visível, não sei porque não fazem os reparos nesta ponte”, disse a moradora do São Francisco Maria Raimunda da Costa Soares.
OUTRO LADO
Por meio de nota, a Agência Executiva Metropolitana (Agem) informou que realizou na manhã de terça-feira (28) uma vistoria técnica nas pontes José Sarney e Bandeira Tribuzzi. A Agem comunicou que o objetivo foi avaliar a situação de infraestrutura nos dois locais, no que se refere ao calçamento, parapeitos e acessibilidade por meio de rampas. E, ainda, que o mesmo levantamento será realizado na ponte do Ipase, para averiguar as condições de infraestrutura e verificar as providências a serem tomadas.
Na mesma nota, foi dito que o governo do Estado, por meio dos órgãos responsáveis e visando manter a colaboração com o município, vai realizar os reparos corretivos dos pontos durante o mês de fevereiro.