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Autor confesso diz se arrepender de ter efetuado disparo que matou Diogo Costa

Revelação foi feita durante depoimento prestado a quatro delegados, na Superintendência Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa

Fonte: Redação

A redação do Jornal Pequeno teve acesso à íntegra do depoimento prestado por Raimundo Cláudio Diniz, de 42 anos, que confessou ter sido o autor do disparo que matou o publicitário Diogo Adriano Costa Campos, 41, crime ocorrido na manhã do dia 16, deste mês, na Lagoa da Jansen.

Durante o interrogatório, feito por quatro delegados, na Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), Raimundo Diniz narrou como se deu o roubo do Argo vermelho, a discussão que resultou na morte de Diogo e a venda do veículo usado durante o homicídio, comprado por um homem da cidade de Santa Helena. Raimundo, também, disse estar arrependido de ter efetuado o tiro que vitimou o publicitário.

Natural da cidade de Palmeirândia, Raimundo Diniz se apresentou na SHPP, na manhã da última sexta-feira (26), por volta das 7h30, acompanhado do advogado Adriano Wagner Araújo Cunha. Logo depois de apresentar, o autor do disparo recebeu voz de prisão, pois já existia contra ele um mandado para fosse preso temporariamente; para, em seguida, ser interrogado pelos delegados George Marques, Lúcio Rogério Reis, Wang Chao Jen e Fernando Guedes, esse da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV).

Raimundo Diniz é casado e pai de uma menina; ele reside em um apartamento no Condomínio Village Del Este IV, localizado na região do Conjunto São Raimundo, que teria sido cedido por uma irmã dele, faz cerca de dois meses. Mas, disse já ter morado no Anil e no bairro do São Francisco. Apesar de ter uma profissão, seria radiologista, Raimundo informou que, atualmente, estava trabalhando como motorista de “carrinho lotação”, em um veículo de sua propriedade, mas em nome de um cunhado.

Em seu depoimento aos quatro delegados, Raimundo Diniz disse que nunca havia sido preso, anteriormente; tendo ido em uma delegacia, apena uma única vez, devido a brigas com sua mulher. Ele chegou a afirmar, também, nunca ter tido nenhum problema relacionado a veículos roubados, furtados, receptação ou clonagem, nem no Maranhão ou em outros estados.

ROUBO DO ARGO VERMELHO

Apesar de não ter havido uma trama para assassinar o publicitário Diogo Costa, toda a situação que resultou em sua morte teve início na tarde do dia 13 deste mês, um sábado, com o roubo do Argo vermelho, usado pelo autor do disparo. Inicialmente, Raimundo Diniz negou ter participado da subtração do veículo, que pertence a um motorista de aplicativo, ocorrida na avenida que dá acesso ao Barramar; porém, após as evidências apresentadas pelos delegados, ele acabou confessando sua participação.

Raimundo Diniz disse que, por volta das 15h40 daquele sábado, seguia para a Avenida Litorânea, na companhia de dois homens, identificados como “Gordo” e “Koreano”, em um veículo Corolla branco, que seria de sua propriedade. E que, ao passar pela avenida de acesso ao Barramar, viram o Argo vermelho estacionado e decidiram roubá-lo; mas, antes, passaram pelo carro, foram à Litorânea. Em seguida, “Gordo” e “Koreano” teriam descido do Corolla e se dirigido até o Argo e o roubaram. O preso não soube informar quem dos dois estava armado, somente que a arma era um revólver calibre 38, pequeno e de cor preta.

Após o roubo do Argo, conforme Raimundo, ele retornou para seu apartamento, sendo acompanhado pelos dois comparsas, a bordo do carro vermelho, que foi guardado em uma garagem perto do Parque Independência. Mas, que, cinco dias depois, teria levado o Argo para esconder em seu condomínio, ficando estacionado nos fundos do imóvel. Também, revelou que o Corolla usado no roubo se trata de um veículo clonado, e que estava escondido no Residencial Pontal da Ilha – São Raimundo, na data de seu depoimento.

MORTE DE DIOGO COSTA

Ainda em seu depoimento, na sede da SHPP, Raimundo Diniz informou que no dia da morte de Diogo Costa estava acompanhado de “Gordo” e “Koreano”, no Argo vermelho, com destino à Avenida Litorânea, sendo ele o motorista. O interrogado disse recordar que, em uma rua próxima à Lagoa da Jansen, observou um veículo branco saindo, bruscamente, da garagem de um prédio; tendo ele desviado do veículo, para evitar uma colisão, e seguido em frente. Raimundo afirmou que não buzinou, mas Diogo sim.

Raimundo contou, ainda, que, quando já se aproximava para chegar à avenida da Lagoa, foi “trancado” pelo veículo branco, para em seguida o condutor descer e passar passado a gesticular com os dedos, xingando o preso com palavrões. Nesse momento, Raimundo disse ter baixado o vidro da porta do motorista, quando Diogo Costa teria se aproximado e aplicado um tapa nos peitos do suspeito. Conforme Diniz, ele teria perguntado o que estava acontecendo, mas o publicitário continuou gesticulando e o ofendendo; ocasião na qual, o preso pegou o revólver que estava nas mãos de “Gordo” e efetuou o disparo em Diogo, que foi atingido no pescoço e morreu ainda no local.

Após o crime, conforme Raimundo Diniz, ele foi para seu apartamento, seguindo pela Litorânea, Olho d’Água e Turu, pela Avenida São Luís Rei de França. E que, ainda passou no São Cristóvão, para deixar “Gordo” e “Koreano” em casa, próximo à localidade conhecida como “Baixão”. Ele disse que a arma usada no crime foi entregue de volta para “Gordo”.

SE ARREPENDEU E PENSOU EM SE APRESENTAR 

Raimundo Diniz disse aos delegados que se arrependeu de ter efetuado o disparo que matou Diogo Costa; tendo, inclusive, pensado em se apresentar à polícia e chegou a comentar isso com um amigo seu, que reside no Conjunto São Raimundo. O preso ressaltou que não é membro de nenhuma facção criminosa, mas supôs que “Koreano” seja integrante do “Bonde dos 40”, pois seu comparsa já havia feito comentários sobre isso.

ARGO VENDIDO PARA

MORADOR DE SANTA HELENA

Durante seu interrogatório, Raimundo Diniz afirmou que o Argo vermelho, roubado no Barramar, teria sido vendido para um homem conhecido como “Branco”, morador da cidade de Santa Helena, na Baixada Maranhense, pelo valor de R$ 22 mil, mas que somente 10 mil havia sido pagado; porém, o comprador não sabia se tratar de um carro roubado. Ele disse que a venda do Argo foi intermediada por uma pessoa de nome Aridelmo e apelidado de “Bracinho”, que seria morador do bairro Bom Jesus, em São Luís. A entrega do carro, em Santa Helena, aconteceu no dia 18 (quinta-feira), dois depois da morte de Diogo Costa.

A trama para vender o Argo vermelho teve, ainda, a participação de outro homem identificado como “Luquinha”, a mando de “Gordo”, para quem deveria ser repassada parte do dinheiro da venda. E que, dos R$ 10 mil, “Bracinho” ficou com 3 e “Luquinha”, como 7.

O Fiat Argo foi recuperado, por uma equipe da SHPP, na cidade de Santa Helena e trazido para São Luís.

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