Obra da Praça João Lisboa e entorno resgata um cartão postal do patrimônio de São Luís

A restauração dos logradouros fundamenta-se no respeito às características e materiais originais destes espaços urbanos

Fonte: Redação/Assessoria

A requalificação da Praça João Lisboa, Largo do Carmo, Rua de Nazaré e entorno realizada pela Prefeitura de São Luís em parceria com o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), lançará um foco de destaque a um dos principais cartões postais da cidade. A obra, que integra o programa São Luís em Obras, promove a restauração de traços arquitetônicos do patrimônio histórico e implementa um robusto projeto paisagístico realçado por um conjunto formado por 16 novas árvores, manutenção das existentes no logradouro e implante de plantas ornamentais distribuídas em canteiros.

A restauração dos logradouros fundamenta-se no respeito às características e materiais originais destes espaços urbanos, a partir dos registros encontrados em documentos autênticos.

Com mais de 12 mil metros quadrados, a área que compreende Praça João Lisboa, Largo do Carmo e Rua de Nazaré, no Centro da cidade, terá requalificação que devolve importância a um cenário urbano tombado como patrimônio. O projeto paisagístico norteou todo o trabalho de restauro e inclui uma variedade de espécies nativas como ipês, pau Brasil e oiti, encontrada em larga escala no Centro Histórico de São Luís, com mais de 10 árvores somente na Praça João Lisboa.

O Instituto Municipal de Paisagem Urbana (Impur), órgão da Prefeitura de São Luís responsável pela execução da obra, tem procedido com podas e tratamentos destas árvores com intenção de prolongar sua longevidade. As novas árvores plantadas chegam com altura superior a três metros.

Foi com base em laudos técnicos expedidos pela equipe de seis engenheiros agrônomos do Impur, em consonância com o Iphan, a empresa responsável pelas obras procedeu com a retirada de uma árvore tamboril do Largo do Carmo.

CONSERVAÇÃO

A requalificação do espaço é mais uma obra de conservação e proteção do patrimônio arquitetônico, apoiado no princípio da conservação integrada, que se acrescenta a um repertório extenso. São modificações significativas no quadro que antes aparentava o abandono do acervo arquitetônico.

A pavimentação de paralelepípedo das vias no perímetro da praça está entre as medidas de resgate dos traços originais. Junto com a realização desta etapa da obra, emergiu materiais da linha férrea do antigo bonde que por ali passava.

Todo o trabalho realizado na requalificação da Praça João Lisboa está norteado no conceito de desenvolvimento sustentável, segundo o qual atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades.

O caráter excepcional da restauração destes espaços se consolida no trabalho minucioso na execução do projeto. Exemplo: a limpeza manual dos meios fios com utilização de escovas de cerdas de nylon e água. Em relação ao meio-fio, estão sendo mantidos todos aqueles em pedras de lioz. De acordo com o projeto, nos casos em que as pedras apresentam perdas acentuadas deverão ter seu assentamento invertido, enquanto que as lacunas deverão ser preenchidas com pedras de lioz retiradas da Rua de Nazaré e Odylo Costa Filho.

Também detalhado no projeto está o reaproveitamento dos bancos com pés em ferro fundidos da João Lisboa, Rua de Nazaré e Largo do Carmo, sendo que os encostos destes vão ganhar régua de madeira angelim nas mesmas dimensões dos existentes. Haverá ainda reparos no projeto de drenagem, com substituição e supressão de bocas de lobos; substituição de postes de iluminação.

MONUMENTO HISTÓRICO

Um decreto municipal de 28 de julho de 1901 deu ao trecho compreendido entre as ruas da Paz e do Sol a denominação de Praça João Lisboa. A Praça João Lisboa sublinha um período histórico relevante na evolução da cidade. É exemplo de valor cultural consolidado. A homenagem ao destacado jornalista, político e imortal das Academias Brasileira e Maranhense de Letras, João Lisboa (Pirapemas. 1822- São Luís.1863), ganhou um monumento em bronze no ano de 1918.

A escultura colocada em pedestal de mármore do escultor francês JeanMagrou primeiramente foi fixada no Largo do Carmo. No governo Paulo Ramos (1937-1945), foi deslocado para a praça que o homenageia. As cinzas do intelectual jazem sob este monumento.

Outros dois monumentos que compõem o espaço, o tradicional relógio e a estátua do Frei Capuchinho Carlos Olearo foram recolhidos para restauração. No caso da estátua de João Lisboa, pelo tamanho e peso, será restaurada no próprio local onde está fixada.

As peças devem passar por um delicado processo de recuperação, pois o principal objetivo é manter a originalidade. No caso do relógio, que tem base em frente à Igreja de Nossa Senhora do Carmo, será feito reparo em toda sua moldura e proteção, já que estava deteriorada, inclusive pela falta de reparo, assim como a peça que traz a imagem do Frei Capuchinho. Feita de bronze, a estátua já estava sofrendo com ação do tempo, com base de cobertura toda descascada.

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