O candidato a Prefeito de São Luís pelo Democratas, deputado estadual Neto Evangelista, e a candidata à vice-prefeita, Luzimar Lopes (PDT), reuniram-se com pessoas surdas que integram a comunidade de surdos da capital.
De acordo com membros da comunidade, existem cerca de três mil pessoas surdas em São Luís.
Durante a reunião, Neto conversou com a comunidade e ficou conhecendo os principais problemas estruturais enfrentados pelos surdos em São Luís. No decorrer do evento, ele recebeu muitas declarações de apoio por ser o único candidato a prefeito de São Luís que firmou compromisso com a comunidade.
“Não estou aqui para prometer mágica. Estou aqui para construir, junto com vocês, nosso plano de governo para uma cidade cada vez melhor, na qual a comunidade de surdos e surdas seja tratada com mais respeito”, disse Neto Evangelista.
Vários surdos presentes à reunião falaram sobre as principais dificuldades enfrentadas. Jucielen Frazão, que integra a comunidade há vários anos, disse que um dos principais problemas vivenciados é a falta de intérprete de libras nos órgãos públicos. Citou como exemplo o Detran, onde os surdos têm dificuldade para tirar a carteira de habilitação. “Sentimos falta deste profissional de libras no Detran para nos auxiliar e isso nos causa uma tristeza muito grande”, afirmou.
Outro local onde os surdos e surdas enfrentam muita dificuldade são as agências bancárias. Segundo Jucielen, quando precisam resolver alguma coisa em bancos, as pessoas surdas ligam para alguém ou escrevem em folhas de papel. “Gostaríamos de ter esse profissional para nos auxiliar. É uma angústia que a gente sente, um sofrimento muito grande”, ressaltou.
Além de Jucielen, Neto Evagelista também ouviu atentamente as colocações de José Gomes, pedagogo, também formado em administração e membro da comunidade de surdos e surdas. Professor de libras no CRAs do Estado, ele afirmou que sente falta de intérpretes de libras em vários setores da administração pública. “É um sonho meu que um dia isso possa acontecer na Prefeitura e no Estado”.
Ramon, outro membro da comunidade de surdos e surdas, disse a Neto que quando precisou de carteira de habilitação no Detran solicitou a presença de um profissional de libras no momento de fazer a prova. “Nossa língua é o libras, então, nós precisamos de intérprete, para ficar mais claro na hora da explicação da prova. Sem este profissional, ficamos sem entender o assunto”.
No decorrer da reunião, com a troca de muitas informações, Antonio Hercles, também membro da comunidade, apresentou a Neto Evangelista as propostas de gestão que pessoas surdas planejam para São Luís. “Queremos concurso para os surdos e que haja vaga nos órgãos públicos para esse profissional técnico”.
Antonio Hercles afirmou que conseguiu passar no vestibular da UFMA com muita luta e sofrimento e gostaria muito que os surdos deixassem de ser vistos como coitadinhos, mas sim, como pessoas que conseguiram vencer as dificuldades.
Após ouvir todas as colocações dos membros da comunidade, Neto Evangelista disse compreender a necessidade de intérpretes de libras no poder público como a maior dificuldade enfrentada pelos surdos. Ele explicou que hoje existe legislação federal que determina percentual de vagas em concursos para a referida comunidade.
Neto afirmou que não estava naquela reunião para prometer mágica de transformar o mundo de uma só vez, mas firmou o compromisso de quando chegar à Prefeitura, implantar estrutura administrativa inclusiva para pessoa surda, impondo respeito à comunidade surda, de São Luís.
“Em nossa gestão administrativa teremos a Secretaria de Direitos Humanos e, dentro dela, teremos um grupo para discutir políticas públicas para a comunidade surda com a participação de intérpretes de libras”, explicou Neto.