Você já viu um Chester vivo? Pois bem. A BRF, dona da marca Perdigão, põe fim a um mistério que durou décadas e mostra fotos do animal em vida. Até então, a empresa costumava dizer, por meio de sua assessoria de imprensa, que não tinha fotos de divulgação do bicho.
Durante o tempo em que permaneceu “escondido”, muitas lendas foram criadas a respeito do Chester. Algumas diziam que ele não tinha cabeça ou que comia tanto a ponto de não conseguir se mexer. Tudo não passa de invenção, segundo Luciana Bulau, gerente executiva da Perdigão.
“O Chester é um animal muito saudável. O diferencial dele é uma genética que foi aperfeiçoada e o cuidado que ele recebe nas granjas e na alimentação. No passado, a Perdigão alimentou essa aura de mistério, mas hoje a gente é muito transparente sobre nossas granjas e a forma como nossos animais são cuidados”, diz ela.
Afinal, o que é o Chester?
O Chester é uma marca registrada, e não uma espécie. A ave tem origem em uma linhagem de frango que foi trazida da Escócia para o Brasil em 1980. Poucos anos depois, ele passou a ser comercializado no país como concorrente do peru de Natal da Sadia –hoje, Sadia e Perdigão pertencem à BRF.
A produção do Chester se concentra na cidade de Mineiros, em Goiás. O tempo de criação é superior ao do frango convencional: o Chester é abatido quando tem em torno de 50 dias, 20 dias a mais do que o frango.
A alimentação também é diferenciada, com uma dieta balanceada, com vitaminas e minerais, específica para suas necessidades de desenvolvimento. Tudo isso gera diferenças no tamanho da ave e na carne.
Produção começa em março
Veja algumas curiosidades do Chester, segundo Luciana Bulau, gerente executiva da Perdigão:
– É maior que o frango comum;
– Não tem hormônios, conforme proibição da legislação brasileira;
– Tem a carne mais macia;
– O sabor é mais suave em comparação com outras aves natalinas;
– 70% da carne são concentradas no peito e nas coxas, partes nobres da ave;
– Tem menos gordura que o frango;
– Embora venha de uma linhagem de frango escocesa, só é vendido no Brasil;
– Apesar de só ser vendido no Natal, a produção começa em março.
“Por ser um produto especial, concentramos as vendas no Natal, o que cria essa aura de expectativa e faz do Chester um símbolo do Natal brasileiro”, diz a executiva da Perdigão.
Embrapa: só machos são vendidos como Chester
A empresa não deu detalhes sobre o processo produtivo, mas, segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), só são vendidos como Chester os machos sem defeitos –como contusões e fraturas.
As fêmeas dessa linhagem não crescem tanto quanto os machos. Por isso, são abatidas na mesma idade que os frangos convencionais e vendidas em cortes embalados em bandejas.
Os machos abatidos que não atendem ao padrão de qualidade para o produto natalino são transformados em produtos como peito, embutidos e processados de Chester.