Cidade Operária lidera ranking de mortes causadas pela Covid-19 em São Luís

Desde o início da pandemia, em março, o bairro sempre esteve entre os locais com o maior número de casos da doença.

Fonte: Janaína Berredo

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, na capital maranhense, no mês de março, a Cidade Operária sempre esteve entre os bairros com os maiores registros de casos, ocupando no mês de maio o terceiro lugar; e o segundo, entre os meses de junho e agosto. Atualmente, desceu para o quarto lugar no número de casos de infectados pela Covid-19, mas ocupa o primeiro no registro de mortes causadas pela doença.

Essa informação foi confirmada pelas secretarias estadual e municipal de Saúde (SES e Semus), no início desta semana. Segundo os dados da SES e da Semus, a Cidade Operária lidera o ranking de mortes confirmadas por Covid-19, na capital maranhense, com o total de 55; seguido dos bairros Túnel do Sacavém e Anjo da Guarda, ambos com 36.

Mesmo com os dados preocupantes, é notória a falta de consciência e de cuidado de muitos moradores da Cidade Operária com as medidas de prevenção contra o novo coronavírus, principalmente na feira do bairro.

A reportagem do Jornal Pequeno esteve na feira da Cidade Operária e constatou aglomeração no local; ausência do uso de máscaras em muitos feirantes e clientes. Em alguns casos, o acessório era usado de forma errada, na maioria dos casos embaixo do queixo; além da não disponibilização de álcool gel nas bancas.

Durante a permanência da equipe no local, as pessoas transitavam de forma tranquila e despreocupadas, como se a pandemia já tivesse acabado. Os flagrantes registrados, na feira da Cidade Operária, podem evidenciar a razão pela qual o bairro lidera o ranking de mortes provocadas pelo novo coronavírus, em São Luís.

A feirante Ana Luzia foi uma das pessoas flagradas sem usar a máscara. Ela disse, à reportagem, que sabe dos riscos e que conhece pessoas que morreram em virtude da Covid-19. Mesmo assim, assumiu não usar o item de prevenção. “Medo eu tenho, mas vou na fé. Muita gente na Cidade Operária não usa máscara”, afirmou.

Em meio a tantos flagrantes de descumprimentos às medidas de segurança no combate à pandemia, a equipe encontrou o bom exemplo da feirante Fabiana Barbosa, que disse não dispensar os cuidados.

“Sempre uso máscara, até em casa. Sou do grupo de risco. Minha mãe teve sintomas leves, e conheço três feirantes que pegaram a doença. Quem não usa máscara não cuida da sua própria saúde e não está nem um pouco preocupado com a saúde dos outros”, frisou Fabiana.

As feiras da Cidade Operária, Mangueirão, feirinhas livres e o Mercado Central contam com a presença de bombeiros civis para auxiliar na conscientização do uso das máscaras e alguns cuidados com a pandemia.

Na Cidade Operária, a reportagem conversou com a bombeiro civil Alcyara Ramos, que fica em um ponto fixo do mercado prestando auxílio principalmente aos idosos com a aferição da pressão arterial e da glicemia. “Somos uma equipe composta por quatro bombeiros civis. No início, éramos 12. No começo, as pessoas batiam de frente, criticavam e não usavam a máscara mesmo. Com o tempo, passaram a usar, e hoje em dia estão avulsos. Infelizmente, não estão nem aí. A doença está aí, não acabou. Enquanto não for liberada a vacina, usem máscara”, alertou Alcyara.

DADOS

De acordo com o Boletim Epidemiológico, divulgado no dia 28 de dezembro pela SES, a Ilha de São Luís, incluindo os municípios de Raposa, Paço do Lumiar e São José de Ribamar, registrou 53 novos casos da Covid-19. O bairro que apresenta o maior número de infectados é o Turu, com 684 notificações. Em seguida, aparecem os bairros do Renascença (477), Cohatrac (418), Cidade Operária (373) e Centro (372).

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