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Fiocruz afirma que São Luís e mais 15 capitais estão à beira do colapso na saúde

É a situação mais crítica desde o registro dos primeiros casos, há um ano, disse pesquisadora do Observatório.

Fonte: Exame

O país vive seu pior momento desde o início da pandemia, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A entidade elaborou um ranking das capitais com as taxas mais altas de ocupação de leitos de UTI dedicados à Covid-19. “É a situação mais crítica desde o registro dos primeiros casos, há um ano”, disse Margareth Portela, pesquisadora do Observatório Fiocruz Covid-19.

Pelo menos 12 estados e o Distrito Federal, que atingiu 96% de lotação das unidades de atendimento intensivo nessa sexta-feira (26), entraram em um quadro de alerta máximo. Entre as capitais, 17 estão na mesma situação, com uma taxa de ocupação de leitos de UTI superior a 80%.

“Quando chega a esse nível, é considerado algo muito preocupante, à beira do colapso, de acordo com diretrizes da Organização Mundial de Saúde”, afirmou Portela.

“Para passar de 80% a 90% ou até mais não é muito difícil, ainda mais se tratando da Covid, que pode ser uma doença de rápida evolução”, completou.

Veja, a seguir, as capitais com as taxas de ocupação mais altas de leitos de UTI:

Porto Velho (RO): 100%

Florianópolis (SC): 96,2%

Manaus (AM): 94,6%

Goiânia (GO) e Fortaleza (CE): 94,4%

Teresina (PI): 93%

Curitiba (PR): 90%

Natal (RN): 89%

Rio Branco (AC): 88,7%

São Luís (MA): 88,1%

Campo Grande (MT): 85,5%

Rio de Janeiro (RJ): 85%

Porto Alegre (RS): 84%

Salvador (BA): 82,5%

Palmas (TO): 80,2%

Recife (PE): 80%

Na região Norte, Rondônia, com lotação de 97,1% de leitos de UTI, já entrou em um cenário de colapso na saúde pública, seguida pelo Amazonas (94,6%).

“Quando os leitos de unidade de terapia intensiva se esgotam, isso quer dizer que provavelmente o hospital não terá condições de receber mais pacientes em estado crítico não só da Covid-19, mas também de outras doenças”, disse Portela.

No Sudeste, a ocupação das UTIs está em 70%, em média, como é o caso de São Paulo. “Nos estados da região, também é preciso atenção, já que deve haver uma tendência de aumento de internações”, avaliou Portela.

“Não há medidas muito restritivas de distanciamento social e muitas pessoas não usam máscara nem seguem outras recomendações para evitar o contágio”, frisou.

Santa Catarina é o estado com situação mais alarmante no Sul, com 93,4% de lotação dos leitos de UTI. Florianópolis é a segunda capital do país, depois de Porto Velho, em Rondônia, com a pior taxa, de 96,2%. Tecnicamente, o estado esgotou sua capacidade de tratar doentes de Covid que chegam aos hospitais. Ontem à tarde, a situação piorou ainda mais — restam apenas cinco leitos de UTI dedicados à Covid.

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