Lula Fylho, que foi secretário de Saúde na gestão do ex-prefeito Edvaldo Holanda Júnior, está na mira da Polícia Federal (PF) por supostamente liderar a compra superfaturada de 20 mil máscaras de proteção contra o novo coronavírus. Outros ex-servidores públicos da gestão municipal passada, além empresários, também são investigados.
Nessa quinta-feira (8), a PF deflagrou a Operação Tempo Real, que ganhou este nome devido o líder da associação criminosa ter tido acesso a todas as informações instantaneamente das aquisições das máscaras com preços excessivos. Esta informação foi obtida pela polícia a partir de depoimentos de suspeitos de outras três operações, deflagradas ano passado, e também relacionadas ao superfaturamento de máscaras.
Ontem, 8, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e cinco mandados de constrição patrimonial. Um dos endereços das diligências da PF foi a casa de Lula Fylho, no bairro Olho d’Água, em São Luís.
“O líder foi um servidor público. Ele foi secretário municipal”, declarou o delegado regional de Combate e Investigação ao Crime Organizado da PF, Leandro Ribeiro.
Os suspeitos da Operação Tempo Real são investigados por fraude e superfaturamento na aquisição de 20 mil máscaras FPP2, compradas pela Secretaria Municipal de Saúde de São Luís, em abril de 2020, por R$ 718 mil. Conforme a PF, o prejuízo inicial é de R$ 478 mil. Se confirmadas as suspeitas, os investigados poderão responder por fraude à licitação, superfaturamento, e associação criminosa.
APREENSÃO DE 200 MIL EM ESPÉCIE
De acordo com a delegada Fernanda Nobre da Matta, durante toda a realização da Operação Tempo Real, nas empresas ou residências de empresários, foram apreendidos ontem R$ 200 mil em espécie, joias, celulares, computadores, uma espingarda artesanal, e um veículo.
Os R$ 200 mil, segundo Leandro Ribeiro e Fernanda Nobre, foram encontrados em empresas e residências de empresários envolvidos no esquema. O dinheiro estava espalhado em cofres, bolsos de roupas, gavetas e caixas de sapatos.
A Polícia Federal informou que não requereu pela prisão preventiva de nenhum dos investigados. Segundo a delegada Fernanda, a PF quer recolher mais provas, para quem sabe, futuramente, haja o pedido de prisão.
O JP on-line tentou entrar em contato com o ex-secretário Lula Fylho, mas, até o momento, não obteve retorno.