O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), apresentou uma piora no quadro de saúde e foi diagnosticado com líquido nos pulmões e no abdômen. Uma suplementação nutricional também foi iniciada para que ele esteja mais preparado para o novo tratamento.
A informação foi prestada na tarde desta quarta-feira (21) em coletiva de imprensa da equipe médica que assiste o prefeito.
Covas enfrenta um câncer na região da cárdia, localizada na transição entre o estômago e o esôfago, com metástase em outras áreas do corpo. Ele foi internado na última quinta-feira (15) para a realização de exames de controle, que descobriram novos focos de tumores nos ossos e no fígado.
De acordo com os médicos, o prefeito poderia receber alta e continuar com um novo tratamento oncológico, mas na sexta-feira (16) foi constatada a presença de líquido no abdômen e nos dois pulmões, desencadeada pela presença dos nódulos no fígado.
O líquido fica mais exatamente entre as pleuras, tecidos que revestem os pulmões e o tórax. Um tratamento com drenos foi iniciado no dia seguinte.
“O prefeito veio fazer uma avaliação rotineira e os exames de imagem, endoscópicos e gerais mostraram avanço da doença, tanto na região do fígado, quanto no aparecimento de lesões ósseas. Isso fez com que os oncologistas adotassem uma nova proposta terapêutica composta de dois quimioterápicos e dois imunobiológicos”, disse o médico David Uip.
“Havia previsão de alta para o início da semana, mas houve este fato novo – a inflamação causada pelo tumor, provavelmente do que se localiza no fígado, causou acúmulo de líquido no abdômen e nos pulmões, especificamente entre as pleuras”, continuou.
Os médicos explicaram que todos possuem líquido pleural, uma composição de água e proteínas, e que o acúmulo dele em pacientes que passam pelo tratamento oncológico é rotineiro.
O pequeno volume de líquido causa incômodo na função respiratória, mas segundo a equipe, a situação do prefeito está bem controlada, com condição clínica “bem confortável”, sendo a única dificuldade a previsão de quando o líquido será totalmente drenado para que ele receba alta hospitalar.
Uip disse que alguns pacientes podem ser liberados com drenos, mas a equipe optou por interná-lo para que se adeque ao novo tratamento contra a metástase nos ossos e no fígado.
Covas também começou a receber alimentação parenteral (por meio de uma sonda) durante as madrugadas, enquanto dorme, para auxiliar no ganho de peso. Durante o dia, ele se alimenta normalmente. De acordo com a equipe médica, o prefeito emagreceu um pouco, mas a complementação nutricional visa especialmente prepará-lo para o novo tratamento.
Ainda de acordo com a equipe médica, Bruno Covas responde bem ao tratamento e permanecerá despachando do hospital, ainda que restrito, sem exposição pública.
O tucano está sendo acompanhado pelas equipes médicas coordenadas por David Uip, Artur Katz, Tulio Eduardo Flesch Pfiffer, Roberto Kalil Filho e Ângelo Fernandez, no Hospital Sírio Libanês, na capital paulista.
Primeiro diagnóstico em 2019
O prefeito da capital foi internado pela primeira vez em outubro de 2019, quando chegou ao hospital com erisipela (infecção), que evoluiu para trombose venosa profunda (coágulos) na perna direita. Os coágulos subiram para o pulmão, causando o que é chamado de embolia.
Durante os exames para localizar os coágulos, médicos detectaram o câncer na cárdia, região entre o esôfago e o estômago, com metástase no fígado e nos linfonodos.
Covas passou por oito sessões de quimioterapia que fizeram com que o tumor regredisse. Mas, segundo a equipe médica, não foram suficientes para vencer o câncer. Após novos exames, o prefeito iniciou o tratamento com imunoterapia.
Em janeiro de 2021, após ser reeleito nas eleições municipais e continuar no cargo, Covas anunciou uma nova fase de procedimentos no combate à doença.
Ele tirou uma licença de 10 dias, quando passou a ser submetido a sessões de radioterapia. Na época, estavam previstas 24 sessões de radioterapia complementares para o tratamento.
Em abril deste ano, exames apontaram novos pontos de câncer nos ossos e no fígado.